Pastor Cláudio Antônio
PLENITUDE DO ESPÍRITO – O QUE É? – Efésios 5.18Chamamos Plenitude do Espírito o termo bíblico: “Enchimento do Espírito”. Esta é a maior necessidade da Igreja atual, visto que ela não tem sido um diferencial na corrompida sociedade em que vivemos. A Igreja do Senhor Jesus Cristo está sedenta e faminta de algo substancial, mas infelizmente tem sido enganada por muitos vultos chamados de evangélicos que agendam para o Espírito o derramar dEle (tal como nos dias dos apóstolos – At.5.36-37), e promovem “milagres, prodígios, pula-pula, cai-cai, etc.” em nome do Espírito Santo.
Por outro lado existe um grande anseio da vida abundante prometida por Deus para vencer o sentimento de insegurança e de derrota no desempenho da vida cristã. Só existirá autenticidade de vitórias, alegrias, emoções genuínas, brilho nas vidas, se obedecermos o mandamento: “ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO”.
I – DIFERENÇA ENTRE BATISMO E PLENITUDE
Todo regenerado (nascido de novo) tem o Espírito Santo (Rm.8.9; I Co.6.19). Isto quer dizer que todo salvo é batizado no Espírito Santo (I Co.12.13). Esta união (batismo) no cristão verdadeiro ao corpo de Cristo, a Igreja, é efetuada pelo Espírito Santo.
No batismo com água, confirmação externa de algo que já aconteceu internamente (na conversão), o convertido se alia à Igreja local, a comunidade visível, concreta e terrena. Quando do novo nascimento, o Espírito batiza o novo convertido no corpo de Cristo, que só acontece uma só vez na vida do crente, no instante da conversão. Não é possível receber Deus (Pai, Filho, Espírito Santo – Trindade) em prestações, pois são indivisíveis e agem de comum acordo.
É possível que mesmo que o salvo seja batizado pelo Espírito, possa não estar em comunhão com Ele (Gl.5.25), pode entristecê-lo (Ef.4.30), ser orgulhoso, sem amor, ciumento, contencioso e descuidado da vida espiritual (I Co.13).
É até possível trabalhar para Deus e viver exemplarmente sem, contudo, ser cheio do Espírito. Até mesmo ter dons espirituais (I Co.1.5-7), mas ser carnal (I Co.3.1). Posso pregar, falar de Cristo, sem contudo, ter o poder do Espírito. Eu serei como um sino que tine. Eu posso ser extremamente ativo e participativo na Igreja, mas não necessariamente eu esteja cheio do Espírito.
Não devemos buscar o que já temos – Batismo no Espírito, mas procurarmos obedecer o mandamento: “Enchei-vos do Espírito”.
II – SER CHEIO DO ESPÍRITO
Dom e Plenitude do Espírito são diferentes, por isso devemos não confundir estas duas experiências.
1. Dom do Espírito vem com a conversão, a Plenitude vem com a consagração (At.2.38; Rm.6.13).
2. O Dom é o novo nascimento do homem e a Plenitude é a morte do velho homem (Jo.3.5; I Co.6.19; Ef.4.22; Rm.6.6).
3. O Dom não impede a carnalidade e a Plenitude do Espírito torna o crente espiritual (I Co.3.3; Gl.5.16,25).
4. O Dom refere-se a nossa união com Cristo e a Plenitude a nossa submissão incondicional a Cristo (I Co.12.13; Rm.12.1-2).
III – O MANDAMENTO – Efésios 5.18
A ordem de ser cheio é contrastada diretamente com a outra ordem de não se embriagar. Mostra-nos dois estados de embriaguês: Física – através do vinho; Espiritual – pela plenitude do Espírito.
A Plenitude do Espírito se manifesta num relacionamento inteligente, controlado e saudável com Deus e com os homens (Ef.5.18-6.4).
Quatro aspectos do “encher”:
1. ENCHEI-VOS – Modo imperativo
“Enchei-vos é uma ordem incontestável. Não ser cheio, evidencia-se no mínimo, negligência. A plenitude é obrigatória para todos os salvos, e não só para a liderança (Ef.1.1; 5.18).
2. ENCHEI-VOS – Na forma plural
Os dois imperativos de Efésios 5.18 são escritos para todos os santos (salvos), que tem aplicação universal. Nenhum deve embriagar-se, mas também não pode deixar de ser cheio do Espírito.
A Plenitude do Espírito é uma ordem que deve buscar a todo tempo e a todo custo, pois é de vital importância para a saúde da Igreja como todo, como também nos relacionamentos pessoais em várias áreas de atuação do salvo (Deus, Igreja, família, trabalho).
3. ENCHEI-VOS – Na voz passiva: “SEDE ENCHIDOS”
Podemos escrever: “Deixai-vos encher pelo Espírito”. Dá-nos conotação de que devemos nos render total e incondicionalmente ao Espírito, isto é, “entreguem-se ao Espírito, para que Ele os encha, para que Ele tenha o total domínio sobre vocês”. Deus está muito mais interessado em nos encher do que nós sermos cheios do Espírito, basta analisarmos a nossa vida de oração (Ef.6.18; Tg.4.2,3). Precisamos urgente e incessantemente orar como Maria (Lc.1.38), ela rendeu-se plenamente a vontade de Deus, se expondo a críticas e condenações.
4. ENCHEI-VOS – No tempo presente
No grego o tempo presente se refere a ação contínua. Diferente do tempo do “enchei” em Jo.2.7, que está no AORISTO – uma ação única.
O imperativo presente: “sede enchidos com o Espírito”, indica uma apropriação contínua e progressiva de algo que não cessa, que não tem limites, que pode continuar indefinidamente.
O “Dom” ou o “Batismo do Espírito” está no tempo ‘aoristo’, pois só acontece uma única vez, quando há conversão, novo nascimento do salvo, ao passo que a Plenitude do Espírito pode ocorrer várias vezes. Eis porque todos os salvos são batizados com o Espírito, mas nem todos permanecem cheios dEle.
CONCLUSÃO
Ser cheio do Espírito é o pleno domínio do Espírito Santo em todos os nossos relacionamentos, reinando sobre tudo, todo o ser, dirigindo o falar, o sentir, o pensar e o agir. Com o controle do Espírito abandonaremos as desculpas de não servir, pois não viveremos para nós mesmos, mas para Cristo que morreu e ressuscitou (II Co.5.15). É claro que este domínio não tira a nossa consciência, não nos deixa em transe, nem tampouco em certos êxtases emocionais incontroláveis, pois sempre o espírito do profeta será sujeito ao profeta. O Espírito nos guiará a toda verdade, de maneira que obedeceremos à Sua vontade e não a certos impulsos contrários à Palavra de Deus.
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