É um mergulho profundo na alma e na existência de alguém que encontrou a Deus.
Desse encontro surge um novo ser, um homem transformado, um homem renascido. Uma desconstrução foi operada em consciência de ser, e uma reconstrução foi firmada na plena compreensão de se estar com Deus e em Deus.
O Salmo traduz em tons e cores textuais vibrantes a metamoforse que se dá dessa projeção de Deus em nós, quando o eterno revela-se em plenitude para com o ser finito, efêmero e limitado que somos nós.
Encontrar Deus como consciência vital desvenda os nossos olhos-vida para o desapego dos bens temporais e terrenos, conquistas transitórias e fortunas passageiras. O que terá nessa vida valor comparável a Deus e a eternidade?
Quem encontra Deus encontra o tesouro de valor imensurável do qual riqueza alguma desse mundo pode ser comparável.
O Salmista encontrou esse tesouro, por isso que ele declara não possuir outro bem.
Quando estamos em Deus percebemos, em fim, nossas reais e urgentes necessidades, uma vida de adoração ao Senhor! No qual não seremos abalados e na morte o nosso corpo repousará seguro, pois, teremos um corpo glorificado. Minha alma estará tranqüila por que o Pai a acolherá em seus ternos braços.
De nosso encontro com Deus, refaço e redefino minhas prioridades, não mais com a vista centrada na minha agenda diária, mas no propósito em meu caminho. Minha prioridade é Deus que re-configurou na paz as minhas fronteiras, e tem para mim uma herança na eternidade. Tão forte é essa visão-compreensão que o salmista define: “É mui linda a minha herança”.
Minha herança é o céu!
Minha riqueza é Deus!
Meu patrimônio é a sua misericórdia.
Meu prazer é a comunhão com santos (igreja) neste mundo.
O salmo é encerrado de forma grandiosa. A visão do homem que encontra Deus não é mais a tacanha observação horizontal e terrena da vida, mas, agora, é uma visão do alto que lhe auxilia no caminhar, pois podemos, depois desse encontro reconstrutor, finalmente e claramente perceber que o Senhor nos faz ver os caminhos da vida. Estando em sua presença temos a plenitude de alegria e as verdadeiras delícias são perpétuas em sua destra.
Em Cristo, pelo qual Deus nos encontra.
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