Um dos mais constantes e reais problemas que
estamos enfrentando hoje em dia é a enorme quantidade de pessoas que, de
repente, perderam o sentido e a razão de viver. É como se a luz interior que
move toda nossa existência houvesse simplesmente se extinguido, e aquele sol
que impulsiona nossas manhãs, estivesse num indeterminado eclipse. São pessoas
que não mais vivem apenas experimentam um momento biológico porque os seus
sonhos foram despedaçados.
E quando os nossos sonhos são despedaçados a vida
perde a cor, o som, o sabor, o cheiro e o chão da caminhada transformam-se numa
estéril estrada do nada pra lugar nenhum.
Mesmo que o show tenha que continuar, o riso perde
a graça, o olhar se enche do vazio e o coração não está mais batendo, e sim
apanhando!
Quando os sonhos são despedaçados o ser humano
experimenta a pior de todas as falências: a perda da vontade de viver.
Muitos personagens da narrativa da Bíblia
experimentaram essa terrível experiência vivencial, no entanto, ninguém viveu tão
drasticamente esse drama quanto os discípulos íntimos de Jesus.
Eles viveram e conviveram com Ele (Jesus) por três
anos e meio, e foram impactados não apenas pelos seus maravilhosos sermões e
sua doutrina divina, mas pelo seu poder soberano, sobre a natureza, as
potestades e qualquer necessidade existencial humana, e também, pela sua
inovadora proposta de inauguração de uma nova realidade, uma nova ordem
mundial, uma nova dimensão para a existência humana, que Ele chamou de “Reino
de Deus”.
E quando o Cristo rumou para Jerusalém lhes parecia
à deixa para o estabelecimento deste reino.
Mas...
Jesus foi rejeitado, injuriado, traído, preso,
interrogado, torturado cruelmente, humilhantemente crucificado e tendo morrido,
foi sepultado. Aquele jovem que se apresentava como o Filho de Deus, o Messias,
e que havia implantado em seus corações a esperança de um novo mundo estava
tragicamente morto e com Ele, parecia que todos aqueles sonhos também haviam
morrido.
Porém, a cruz não O reteve, nem o sepulcro, nem a
morte. Porque Ele é o Senhor de todas as existências, de todas as dimensões, de
todos os universos. E n’Ele, nossos sonhos são reavivados e a nossa vida ganha
contornos de existência no divino e não apenas no biológico.
Assim, começando pelas mulheres, depois alguns
apóstolos, e depois os do caminho para Emaús e depois...eu, você...e depois...outros...
Quando vivemos o Cristo em nós, quando somos sua
morada, seu templo, sua Igreja, o sonho não acaba, os pedaços são levados na
forma do Pai e feitos sonhos melhores, planos melhores, desejos melhores, vidas
melhores. Pois não mais compreenderemos os códigos da vida pela ótica humana,
onde tudo é tragédia, mas, processaremos o tempo, as circunstancias e tudo mais
pelos olhos da fé, na visão de Deus.
Sendo assim, os nossos sonhos que foram
despedaçados, serão agora, planos nas mãos de Deus para a sua glória. Quando vivemos
na proposta existencial do Pai, nossas vidas são reconstruídas em novidade,
pois, “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se faz novo” (2ª Co 5.17).
Então, o segredo da reconstrução, da vida plena, é
exatamente o que o apóstolo Paulo asseverava: “Cristo em vós, a esperança
da glória” (Cl 1.27).
N'Ele, em quem meus sonhos foram refeitos.
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