Ter o coração de pedra,
infelizmente é uma das características mais marcantes da raça humana, e por
conta dessa condição natural frutificam outros desagradáveis aspectos de sua
natureza, sobressaindo a arrogância, a prepotência, a estranha mania de seu
endeusar, mesmo se sabendo um mero e fatídico mortal.
A nossa ignorância é
arrogante e o nosso conhecimento é prepotente.
Quando por conta das eras
onde as superstições reinaram e a ciência era castrada por dogmas e paradigmas,
apontávamos para o nosso umbigo como o centro do universo. Sol, lua,
constelações, todo o infinito nos velava em meio ao eterno bailado cósmico.
Mesmo que no meio
existencial humano estivesse carregado dos simbolismos e da presença religiosa dita
cristã, era para si mesmo que ele apontava. Antropocentrismo subterfugiado na
sacralidade das artes, dos temas e da vida.
Era a religião como
esconderijo para a podridão do coração do homem.
Mas vieram os séculos de
luzes, descobertas, conhecimentos e técnicas mecânicas onde tudo que era
espiritualizado foi relegado a uma fase de obscurantismo da mente humana.
Porém, no lastro desse
desenvolvimento científico, filosófico, social e político veio à prepotência
indisfarçável do ser humano em se achar capaz de ser seu próprio deus. O homem
descobriu a natureza de muitas coisas e muito de sua própria natureza,
tornou-se capaz de explicar fenômenos e mistérios antes insondáveis, abriu
caminhos em estradas outrora impossíveis, e chegou a lugares aonde só em sonhos
ou nos contos e lendas se chegavam.
Com isso, criamos uma
atmosfera divina sobre nós e queremos redimensionar o Deus Eterno dentro de
nossas vontades e desejos, existindo no patamar de nossas idéias e definido
pelo nosso direito de consumidor-adorador.
É o antropocentrismo
subterfugiado em nossa verborréia filosófica, teológica, psicológica ou
científica transportando o ser humano para posições que não lhe pertence.
No âmago de tudo isso estará
sempre a raiz do pecado que pôs no coração do homem a usurpação ao Ser de Deus,
além de concretizá-lo como uma dura rocha para crer no que é Eterno e Imortal,
Invisível, mas Real.
Pecado que faz teólogos
escorregarem na cascas podres de frutos perversos, pois na ânsia dos holofotes,
guiados por frustrações pessoais não curadas, pela incapacidade de entender o
que de Deus se permitiu conhecer, renega as mais centrais e coerentes
fundamentações definidas por Cristo Jesus.
Se há salvação além de Jesus
Cristo?
Existe?
O que sei e que sinto e que
vejo com a alma é Jesus a personificação da salvação na encarnação.
O que me é revelado e
transcendentemente imana em meu finito ser é Jesus, verdade, caminho e vida por
quem e por onde se chega ao PAI.
Sei apenas dessas coisas.
Coisas simples, eu sei.
Mas, não as troco pelas
acuradas elucubrações teológicas – filosóficas dos perderam até o prumo de se
caminhar na fé, e inventam fé para desacreditar a fé que nos foi dada pelo Auto
e Consumador da Fé.
Desculpem senhores mestres do
saber, em si mesmados, mas eu os rejeito, mesmo que as dezenas de séculos de
desenvolvimento humano me persigam, se for para trocar Cristo por
“revolucionárias idéias”, eu as considero esterco, pois prefiro estar com
Cristo, que habitar nas tendas da perversidade.
Pois o ser humano (sem
Cristo) carrega em si a insustentável dureza de seu pétreo coração.
(Usando um trocadilho com o
título do best sellers de Milan Kundera – A insustentável leveza do ser)
N’Ele, único caminho para
salvação.
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