É verdade! O título está errado.
A Igreja não vive nem
desfruta nem se dá em ilusões que podem evidentemente serem perdidas ou
desfeitas. Ora, a Igreja não deve perder-se nem mesmo em conceitos relativos a
uma época, cultura e modo intelectualmente restrito a fenomenologia do tempo na
humanidade. Deve caminhar nos fundamentos e princípios de fé em Cristo,
subjugada a Cristo, adorando a Cristo, servindo a Cristo, o que nos torna
livres, pensantes e fraternalmente comunitários, além de fracassadamente
vitoriosos e triunfantemente fracassados.
E não é que parece ser uma
utopia ilusória?
Parece.
Mas não é.
A Igreja da qual eu sou é
assim.
Ela me parece um tanto quanto
ingênua; desnuda de maldade e intenções, não me oferece nada para que
orgulhosamente eu ostente: “sou isto e isso nesta Igreja”. Mostra-me os cravos
das mãos e pés do Cabeça e se oferece para junto comigo trilhar o caminho
estreito, espinhoso e cheio de pedras, mas, também, repleto da presença
consoladora d’Ele.
Às vezes encontro com ela na
rua, pobrinha, está varrendo onde pisam os incrédulos e os dizem ser, e não
são. E quando ela fala comigo divide a sua riqueza.
Como é rica a minha Igreja!
Não tem nada, mas, possui
tudo!
Outras vezes, tristonha,
cabisbaixa: “Menino doente, perdido no mundo”. Então, choro a tristeza junto e
ela chora comigo as minhas, parecemos tão impotentes diante de um mundo mal que
jaz no Maligno. Mas, ainda que morramos, não será para sempre, pois, viveremos
eternamente com o Senhor.
Mas, também a encontro em
júbilo: “Menino curado, salvo do mundo”. Então, me alegro e solto meu riso,
riso de conforto em saber que a Igreja que me tem, tem um Dono que
solidariza-se na minha dor e na dor dos invisíveis aos sistemas, financeiros,
políticos, jurídicos, religiosos, etc.
A Igreja que me tem, tem um
jeitão assim, bem brasileiro, é certo. Mas, também é argentina, japonesa,
americana, italiana, alemã, africana, australiana, indígenas, é gente que nunca
vou entender a língua, mas o Espírito as entende tão bem e na linguagem da fé,
esperança e amor, nem de tradutor nós precisamos para perceber que temos o
mesmo PAI.
A Igreja que me tem às vezes
nem tem sapatos, adora de chinelão e isso não atrapalhou. Certa vez a vi de
calção de banho, cabelos ao vento, pés na areia, olhos no mar e coração no céu,
num perfeito louvor, e depois... ÁGUA! Thibuuummm!!!
A Igreja que me tem não me
carimbou com um número, pois o Pai selou-me com o Espírito e o Cordeiro
marcou-me com seu sangue. Crescer nessa Igreja não é paranóia missionária, mas
é a transbordante Missão de fazer discípulos aonde vou, onde estou, onde devo
ir, por que sou e pertenço e o Reino tem muitos outros que ainda não são, e
devem ser, e por não saber devo seguir sempre, anunciando.
A Igreja que me tem prega
cantando, prega pregando, prega ensinando, prega curando, prega quando ri e
quando chora, prega no abraço que abraça a vida e não o mundo. Ela não me
machuca nem decepciona. Não me frustra, pois não é feita do pó humano, mas, da
Rocha Divina.
Parece ilusão, que a agonia
deste mundo sufocou.
Não!
Ilusão é o que vemos nos expor
como realidade cristã e não é. Não suportaria se o que dizem ser Igreja o
fosse. Não quero essa igreja que se mostra na tevê, e em tantos púlpitos. Tão
feia. Miseravelmente rica me tira tudo. É feroz, desumana, bandida!
Agride, machuca, retalha
minha esperança e nos divide em tantos pedaços, já nem posso contar.
A Igreja que me tem, não me
cobra nada, eu lhe entrego tudo.
N’Ele, no qual a Igreja é seu
Corpo.
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