domingo, 12 de agosto de 2012

Paternidade, Um Ministério Divino






“Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos”
(Provérbios 23.26)
Com a proximidade do “Dia dos Pais” nossa sociedade de consumo entra mais uma vez nessa atmosfera que mistura comércio e emoção familiar, e nossos entes queridos são transformados em instrumentalidade para promover o aumento das vendas. Há quem diga que o dia dos pais foi criado para se vender gravatas, imagine!
Ser pai é muito mais que simplesmente ser um macho da espécie e cumprir sua parte na tarefa reprodução e provimento da prole. Não somos seres meramente irracionais agindo por meio de instintos naturais. Somos muito mais que seres racionais, pois se prevalecer essa idéia da razão pura e simples nossa compreensão da vida e da morte será apenas uma questão matemática ou uma mera probabilidade. Somos seres espirituais, criados a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), possuindo o mandato espiritual para tornar este mundo o lugar de relacionamento da criatura com o seu Criador.
Ser pai é um ministério divino, pois o pai é o sacerdote do lar, é dele, juntamente com a mãe, a responsabilidade de ensinar aos filhos o caminho do Senhor (Pv 22.6). O pai é sempre o espelho para o seu filho, todo filho procura imitar o pai e suas ações e ensinos ficam gravadas no córtex dos filhos para toda a vida.
Nosso pai deve ser eternamente o grande herói de nossas vidas, mas, infelizmente, por causa da queda (pecado) e pela inconseqüência de cada um a figura do pai tem experimentado uma desvalorização extrema, e as marcas sociais desse fracasso familiar tem sido trágico para a nossa sociedade.
Vemos hoje histórias tremendamente tristes de pais que violentam suas filhas e filhos, seja uma violência sexual, ou mesmo outras formas de violência que causam profundos dramas no seio familiar. Há aquele pai que espanca sua companheira, ora fisicamente, ora com palavras que a fazem sangrar. Há o pai que ignora os filhos, não sabe nem mesmo o ano da escola em que estão, quais são seus planos, sonhos ou tristezas; é como se vivessem em mundos diferentes. Há aquele pai que abandona a família em busca do prazer egoísta e perverso que o mundo, com sua habitual mania de inverter valores lhe põem a alcunha de que “foi em busca da felicidade”. Há, ainda, aquele pai se envereda pelo caminho dos vícios e atrai rodo tipo de desgraça para sua família, provocando tragédias e tristezas.
Mas, também tem muito pai legal!
Há aquele pai que compreende o sentido do ministério paterno e produz frutos de alegria na vida de seus filhos. Há aquele pai que é nossa referência de vida e pelo qual pautamos nossa construção familiar. Há aquele pai que nos agasalham no carinho de seu afeto e amor, aquele cuja voz é um conforto e consolo nesse mundo perverso. Há aquele pai que torce conosco. Que cresce conosco, que chora e ri e que não o trocamos nem mesmo por todos os super heróis do cinema juntos.
Independente de que tipo de pai nós tenhamos a Palavra de Deus tem um mandamento que dita nosso relacionamento: “Honra teu pai” (Ef 6.2). Mesmo com feridas e traumas, mesmo com ausência e abandonos, mesmo que nosso pai não tenha sido um herói em nossa vida, a Palavra nos orienta que a vontade de Deus é que devemos honrá-lo.
Então, devemos efetivar a eficácia do perdão em nosso coração, ação primeira para que possamos honrá-lo. Não permitir que nenhuma mágoa ou rancor crie raiz de amargura em nosso espírito.
E quanto nós, que somos pais alguns princípios para o ministério paterno:
1.       Jamais negligenciar a responsabilidade de ministrar o ensino das Escrituras em minha casa (Pv 22.6), e dosar a disciplina com amor no temor do Senhor (Ef 6.4);
2.      Ser um exemplo de conduta e honestidade de modo que a nossa família receba as bênçãos destinadas aos que praticam a Palavra (Sl 128.1-6);
3.      Que o nosso relacionamento com os nossos sejam moldados no Senhor pela Palavra de tal modo que possamos ser a segurança e confiança em nossa família, assim como Jesus confiava no PAI (Lc 23.46);
 As últimas palavras de Jesus na cruz incluíam a expressão ABA, que geralmente eram as primeiras palavras das crianças, quando ainda bebês. Era um balbuciar quase inteligível, mas, que era destinada a figura paterna. Mesmo que ela ainda não tivesse noção de quem fosse àquela figura, sabia que nela havia refúgio, proteção, cuidado, carinho, aconchego. Estando em seus braços calava e se aquietava porque estava seguro.
Desse modo é surpreendente que Jesus se refere a Deus como seu ABA, pois para Ele (Deus), Cristo ou mesmo nós não somos mais crianças destituídas de razão, mesmo assim o PAI mantém todo o amor e cuidado em nós, como quem cuida, com toda a atenção dos pequeninos.
Nosso Pai (Deus) é assim.
Que tipo de pai nós temos sido?
Que tipo de presença construímos em nossa família?
Que tipo de exemplo somos para os nossos?
Nesse dia dos pais possamos fazer uma profunda reflexão para honrar o nosso pai, o que foram e o que significam para nós e como devemos nos relacionar com ele, de acordo com a Palavra de Deus. E, também, refletir em nosso ministério paternal e exercê-lo edificando nossa família para a glória de Deus.
Feliz dia dos pais!

N’Ele, nosso PAI.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário