“Palavras
agradáveis são como favo de mel:
doces para a
alma e medicina para o corpo”
(Provérbios 16.24)
Na maioria das vezes não temos uma percepção exata
das conseqüências positivas ou negativas que nossas palavras produzem, seja em
nossa própria vida, seja na vida daqueles que nos cercam, daqueles que amamos
e que nos amam, ou mesmo, daqueles que no prosseguir dos passos da estrada-vida
travamos algum relacionamento. Também, é certo que na maioria das vezes no
desenvolvimento de nossa espiritualidade não nos damos conta das
palavras–conseqüências em nosso relacionamento com Deus.
Então, o que se segue no primeiro caso é que
acabamos criando verdadeiro vendaval tempestuoso com problemas pequenos
corroborando para o desgaste nas amizades, nos amores, nas relações que embora
sejam breves são necessárias. Podemos ainda contribuir para agravar um caso de
saúde psicológica ou até mesmo acelerar quadros depressivos, quando tecemos certos
comentários infelizes e impróprios para aquela determinada situação.
O mundo ultramoderno em que vivemos nos trancafiou
nas grades da competição, e nos acorrentou na sanha das performances; nos
tornando seres depreciativos dos sucessos alheios, invejosos das vitórias e
conquistas do próximo jogando a experiência única da vida numa angustiante e
neurótica labuta diária. Isso vem trazer um sentimento de desimportância para
com a dor do outro, a angústia do outro, o viver do outro, produzindo uma
des-educação quanto às palavras em nosso dia a dia.
A Bíblia nos alerta quanto ao mau uso das palavras,
elas podem produzir um incêndio, guerras e profundas tristezas no ouvinte
(Tiago Tg 3.5). Mas, também, Ela nos ensina a termos o bom uso das palavras e
no convida a gentileza e a produção do entusiasmo divino em cada coração-vida
que nos cerca.
Como em Isaias 52.7: “Quão belo os pés sobre os montes
dos que anunciam a paz”.
Na Carta aos Colossenses 3.16 o apóstolo Paulo nos
aconselha na autoridade do Espírito a maneira de como fazer com que o nosso
falar seja construtivamente cristão, “Habite,
ricamente em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente
em toda sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e com hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão em vosso coração”.
Os encontros devem ser precedidos do desejo mais
sincero dos bons sentimentos, por isso que somos exortados a saudação mais
plena do princípio bíblico: “SHALOM ADONAI”. Que numa tradução
literal, “PAZ DO SENHOR”. Essas boas palavras devem ser o adorno de
nossas conversações e convivências diárias, sejam chegadas ou partidas, porque
não prevemos o dia seguinte, a volta, nem mesmo o momento depois daqui,
portanto que a paz do Senhor esteja presente em tua entrada e em tua saída.
No segundo caso, confundimos emoção com a adoração
e geramos confusão. Tratamos Deus como uma namoradinha interressante e na
emocionalidade dos cultos-shows, prometemos mundos e fundos de nossa existência
para Deus. Criamos um sistema de adoração hiper subjetivo, e pedimos para que a
“glória do Senhor” esteja presente, e “decretamos” vitórias, e “tomamos posse”
das bênçãos, e juramos que tudo que temos é do Senhor, mas, nenhumas dessas
verbalizações emotivas e irresponsáveis se traduzem em atitudes proativas em
suas vidas. Há, entre os cristãos de hoje a crença de que Deus não leva em
conta esses compromissos no Culto, por isso praticamos o paradoxo: “tudo te pertence”, mas, “nada te darei”.
Prova de nossa fé meramente verbal pode ser
traduzida no fenômeno em torno do Batismo ou de nossa Profissão de Fé ou
Confirmação.
Você se lembra deles?
E você não treme ao lembrar-se do que prometeu para
Deus?
Pois bem. Depois não adiante usar como arma para
pressionar a Deus o verso, “Deus é Fiel”,
porque Ele não é fiel a você, nem a mim, Ele é fiel a Sua Palavra para cumprir.
Ele é fiel a si mesmo.
Em fim, tenhamos boas palavras para com o próximo,
que elas sejam o estímulo para transformação real e benéfica dele. Tenhamos
boas palavras para Deus, não uma relação baseada na emoção barata, mas numa
adoração em Espírito e em Verdade que nos conduz a uma vida prática do
Evangelho de Boas Novas em
Cristo Jesus o Nosso Senhor.
N’Ele, que nos regou de boas palavras.
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