As palavras de Jesus foram duras e poderosas; amáveis e reconfortantes. Suas palavras eram espírito e vida e, eram também cortantes ao ponto de dividir a alma e o espírito. Eram palavras escandalosas.
Os milagres de Jesus foram extraordinários,
impressionantes, estarrecedores; foram atos dignos de alguém que vinha em nome
e nas atitudes de Deus. Eram obras do próprio Deus. Não escolheu dia (podia ser
sábado ou não). Não escolheu hora (manhã, tarde, noite, madrugada). Também não
escolheu lugar (na estrada, no templo, na casa de Simão), simplesmente operava.
Eram milagres escandalosos.
As escolhas de Jesus eram inusitadas,
surpreendentes e muitas vezes provocativas. Ele escolhe estar com publicanos
(cobradores de impostos para os romanos), com os pecadores, com a população
inculta e simplória, carente de recursos e pobres de Deus. Não se deixava levar
pelas aparências, e sim, atuava pela sua misericórdia e amor. Foram escolhas
escandalosas.
A vida de Jesus e seu ministério terreno foi o
averso de toda expectativa político-militar que se tinha do Messias. Onde os
mantos reais, as vestes sacerdotais, o séqüito de serviçais, as concubinas,
escravas sexuais? Onde o palácio e suas legiões impetuosas ou sua guarda
pretoriana?
Onde?
Era rei, profeta e sacerdote.
Era o Salvador, Libertador, Mestre e Senhor.
Mas era um simples homem. Filho de um carpinteiro e
de uma humilde Maria. Vivendo uma vida singela e simples.
Isso era um escândalo!
Um escândalo maior que as suas palavras, seus
milagres e suas escolhas. Muitas vezes não estamos devidamente conscientizados
da humanidade simples de Cristo e suas conseqüências doutrinárias para o
cristianismo. E assim, construímos teológica e filosoficamente um Jesus
inacessível em seu trono, que estaria preocupadíssimo apenas com as filigramas
teológicas que sacode a sua Igreja.
Na falta dessa consciência humanitária da natureza
de Cristo e a sua simplicidade teológica, inventamos um cristianismo carregado
de aparatos, mas, desprovido da essência da religião cristã, que é Jesus.
E quanta invenção!
Inventamos vestes sacerdotais imitando os
imperadores romanos, aparatos que Jesus jamais vestiu. Inventamos catedrais de
ouro, imensos e luxuosos templos para um Jesus humilde que montado num jumentinho
entrou em Jerusalém, mas que se perderia nos corredores dessas “igrejas”.
Inventamos católicos, protestantes, coptas, ortodoxos e tantos outros grupos
com suas guerras santas por um Jesus, que morreu na cruz para que os n’Ele
cressem jamais se dividissem, porém se amassem uns aos outros acima das
picuinhas religiosas e ególatras.
Pare! Pare tudo!
Quero que você pense um pouco em Jesus.
Olha, é em Jesus. De verdade.
Não o Jesus paradigmático e dogmatizado, não o
Jesus neurótico e estático, não o Jesus oferecido como uma mercadoria barata,
não o Jesus estatizado e negociável, não o Jesus dissecado pela teologia dita
cristã, que apesar de dois mil anos é incapaz de descrever um só sorriso de
Cristo.
Quero que você pense no Jesus homem. Com os pés cobertos
da poeira dos caminhos da Galiléia; Jesus sentido a dor dos semelhantes e
incorporando-as. Jesus cansado, dormindo no barco; preocupado com a fome da
multidão e providenciando pão. Jesus ensinando a evangelizar. Chorando pelos os
que amam. Sorrindo com o retorno e a euforia dos evangelhistas. Jesus homem,
sendo homem, verdadeiro Deus.
Quero que você pense no Jesus Deus. Deus dos
desamparados, dos desprovidos, injustiçados, dos que se acham só e não estão.
Deus que se faz incompreensível para os poderosos, os intelectuais e sábios,
mas que vive plenamente no coração dos que crêem na loucura do Evangelho da sua
Graça.
Evangelho que se resume a uma só pessoa: Jesus!
Evangelho que se resume a uma só mensagem: o amor
de Deus!
Evangelho que se resume a uma só atitude dupla do
homem: arrependimento e fé!
Evangelho que não é uma expressão religiosa, e sim,
vida com abundância.
Evangelho que não é uma teoria filosófica, e sim,
uma prática no servir.
Libertos dos “jesus” que foram inventados, sejamos
Igreja Católica Apostólica Cristã, una e verdadeira, tendo Jesus como centro
vital, o amor como mote e o servir como prática diária.
Sem aparatos, sem invenções, sem luxos, mas,
simples com as pombas e sagazes como as serpentes...
N'Ele, que simplesmente é Deus.
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