O dia das mães é uma das datas mais emblemáticas do ano. O comercio agradece as inúmeras manifestações do amor na forma de profusos presentes. Velhas canções que não são mais executadas em nenhuma emissora de Rádio voltam a ser um sucesso, mesmo que por uma ou duas semanas. As mensagens melódicas e carregadas de frases de efeitos (repetidas por décadas) ganham a mídia e sacode um sentimentalismo consumista capaz de nos fazer torrar o limite do cartão para “não passar em branco com a mamãe”.
Uma característica desagradável da publicidade em
torno do Dia das Mães é a imagem paradigmática de uma “rainha do lar”, que na
verdade, mais se aproxima de uma escrava doméstica, que além de todas as
enormes tarefas e funções familiares, lhe cai a maldição social de não poder sentir
desejos que possam ir além fronteiras do “lar”.
Você nunca viu aquelas pedantes campanhas em que o
presente perfeito da mamãe é um tanque de lavar roupa? Ou um liquidificador? Ou
uma geladeira? Essas coisas são benefícios para toda a família e toda família
deve, independente de datas, se esforçarem para adquirir-los por causa de sua
utilidade comum a todos da casa, e não porque representa o ego satisfeito da
mamãe.
A mamãe continua sendo uma mulher.
Mulher que sonha.
Mulher que deseja.
Mulher que necessita ter uma auto-estima de bem
consigo mesma.
Mulher que carece ser amada, desejada, querida...
Que tal nesse ano comprar um vestido novo pra
mamãe? Um perfume que faça despertar sentimentos e carinhos? Um presente que a
faça sorrir e reviver inesquecíveis momentos de sua vida? Um presente pra
mamãe-mulher, pra mulher-mamãe.
Que tal?
Que tal você presente sendo o presente da sua mãe?
Não como uma visita anual, ou que veio apenas para
o tradicional almoço que sempre acontece por esse tempo. Mas como alguém que
precisa dos afetos e eternos abraços incomparáveis de uma mãe, ou aquele filho
que não despreza, por mínimo que seja os conselhos e o amor de uma mãe.
Já pensou nisso?
Em sermos capazes de vencermos essas manias
neuro-consumistas que nos transformam em pessoas ocas de sentido e sem razão
espiritual de ser, e faz do mundo e do meio em que nossos relacionamentos
existenciais acontecem, um lugar que supervaloriza o que deve ser usado e
desvaloriza o que deve ser amado?
Que tal vencermos nossas expectativas comerciais e
nossas barganhas emocionais, nossas chantagens afetivas e transformamos esse
dia num dia sem igual, inesquecível, porque não bloquearemos as nossas sedes de
abraços, afagos, e nossa fome de amor genuíno e verdadeiro capaz de arrebatar o
nosso coração em brasa e inundar de brilho intenso o nosso olhar?
Que tal?!?!
Façamos desse dia, o “Dia das Mães”, um dia único,
e mesmo sendo único, seja repetidamente único, diariamente único, várias vezes
único, todo dia único. Pois só temos o hoje para amar, não desperdicemos a
oportunidade.
Afinal de contas, é por não sabermos apreciar a
paisagem do momento, das pequenas coisas e dos pequenos afagos que fazem a vida
valer a pena, é que estamos atolados nessa neurótica e enfadonha era
pós-moderna. E como conseqüência concreta dessa nossa falta de percepção das
melhores coisas é que mães choram esquecidas, maltratadas, abandonadas, abarrotadas
de presentes que vieram desacompanhados dos sentimentos necessários para fazer
o dia valer.
Apesar de todas as histórias pavorosas que tem nos
perseguido nos noticiários, histórias sobre mães que abnegaram e renegaram o
ser mãe, e cometeram torpezas inomináveis. Não deixemos que essas
monstruosidades destruam ou manchem aquela cujo amor a Bíblia compare, somente,
com o amor de Deus, a saber, as mães!
Se os homens pudessem experimentar como é amar,
assim como ama uma mãe, talvez não resolvêssemos todos os problemas do mundo,
mas, com toda a certeza ele seria bem melhor.
Que Deus abençoe todas as mamães, e que sejamos
capazes de transformar todos os dias em dia das mães.
N'Ele, o único que tem o amor maior que o de mãe.
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