sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sobre Lírios e Pardais





O canto dos pardais iluminaram a manhã,
e o tecido dos lírios me fez pesar o amanhã.
O amanhã que vem, sem convites, sem recados,
e temporiza tudo no elemento “passado”.

Então lembro...

que pardais não estudaram canto,
que os lírios não vão a semana da moda,
que não recolheram nos celeiros o excesso,
que não pleitearam entre os homens o sucesso,
que as cores dos lírios me ensinam a voar,
que os pardais me fizeram fincar os pés no ninho...

Então penso...

que pardais e lírios são professores natos,
que desprezamos o que nos é mais belo,
que valorizamos o que nos é supérfluo,
que esquecemos o que nos é essência,
que a vida passa e não percebemos ela,
que o tempo avança e não nos dá replay...

As cores dos lírios cantaram a manhã.
O canto dos pardais coloriram a manhã.
E mesmo com as hipóteses do amanhã,
Não desencantei dessa manhã.

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