“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”
Eclesiastes 3.1
Há dois modos de
raciocinarmos o tempo e o perfeito entendimento que temos sobre eles nos ajuda
a termos equilíbrio e bom senso para viver, assim, como também, a
compreendermos nossa finitude frente ao infinito Deus.
Quando o tempo é referente as
fenomenologias típicas de nossa dimensão existencial, dar-se o “kronos”. O
tempo que pode ser medido e estipulado é o tempo do cronômetro, das datas e dos
compromissos. Tempo este que é artigo raro em nosso mundo moderno e não pode
ser desperdiçado, afinal, diz a máxima: “Tempo
é dinheiro!”.
Quando o tempo se refere a
uma oportunidade, um instante único, algo que não podemos desviar a vista para
perder a sua magnitude; quando o tempo é um mistério e não se pode especular o
“quando é” ou “quando se dará”, pois não é marcado pelos relógios, nem medido
em marcadores cronometrais, dar-se o “kairós”, o “Tempo de Deus”. Quando a
Palavra de Deus nos revela a existência dos tempos estabelecidos pelo Criador,
não apenas para o homem, mas para todas as coisas, devemos pensar em duas
vertentes existenciais:
A primeira vertente se
refere, aos ciclos de vida natural e comum a todos os seres debaixo do céu
(Eclesiastes 3.1-8). Tudo nesta dimensão é afetado pelo tempo, ele é o algoz e
costuma medir as obras dos homens, tanto que as obras de autores antigos, que
foram de alguma forma, responsáveis pelo moldar cultural das nações, são
chamados de “clássicos”, pois desafiam o tempo, ou, estão resistindo ao teste.
O tempo é o parâmetro de toda a existência (Eclesiastes 9.11b), até as estrelas
tem os seus ciclos vitais, e o próprio universo teve começo e terá fim (Gênesis
1.1; 1ª Pedro 4.7).
A segunda vertente nos remete
a Deus, pois Ele não está afetado pela fenomenologia do tempo, nem por qualquer
outra limitação ou finitude dimensional (Romanos 11.33-36); Ele é o Senhor do
Tempo (Salmos 90.4; 2ª Pedro 3.8), Ele é quem determina e tudo acontece; n’Ele
subsiste todas as coisas (Atos 17.28; Colossenses 1.17), não é Ele que está no
universo, o universo está n’Ele (1º Reis 8.27).
Portanto, Deus estabeleceu os
tempos vitais em nossa natureza, mas quando Ele age dentro de um propósito
definido, usa o Seu Tempo, e não o nosso cronômetro. Ficamos nos torturando
desnecessariamente querendo as coisas aconteçam de acordo com a nossa vontade,
dentro do nosso tempo, respondendo a nossa agenda; quando o tempo da
oportunidade é determinado por Ele, a vontade para que tudo aconteça está
n’Ele, e a sua agenda não está submetida as nossas neuroses.
Reserve tempo para o Senhor
do tempo, e assim, há seu tempo tudo lhe fará (Salmos 37.5).