Perdoem-me!
Não sou evangélico
fundamentalista, bitolado e fanático, personagem tão comum em nosso tempo. Alguns cheiram
Bíblias, outros são especialistas no toque do shofar, tem ainda, os que chamam
de “trouxas” a quem crê, ama e recusa barganhar a fé cristã. Ah! Não podemos
esquecer os que vendem unção, os que uivam, engatinham, mergulham-se em óleo e
metem medo pela bizarrice com que demonstram seu extravagante “evangelho”.
Desculpem-me!
Não sou protestante puritano,
hiper-calvinista, não pertenço em essência a nenhum dos rotulantes “ismos” tão
presentes em nossa história-igreja. Alguns estratificam a fé, outros na ânsia
da racionalização da fé, deserdam-nos do seu dulçor e como estranhos iluministas, diabolizam a mais natural emoção que se dá do encontro do perdido com o
Salvador que nos torna filhos. Não podemos esquecer-nos dos que materializam
mecanicamente o Caminho e são tão eficientes em defenderem conjuntos doutrinários
sistematizados que idolatram os heróis e esquecem da misericórdia, amor e
perdão.
Perdoem-me!
Não sou evangélico
imbecilizado que vaga servil, correndo atrás dos seus líderes carismáticos, reproduzindo grunhidos e imitando as gesticulações patéticas como quem segue os
tripulantes de um trio elétrico.
Desculpam-me!
Não sou crente medíocre, fascinado
com a espiritualidade plástica, impactado pelos milagres fabricados e os
testemunhos produzidos pela indústria da fé (crendice). Tolo a ponto de sujeitar-se a tirania apossada
do púlpito, o qual anda reluzindo o ouro e prata de suas conquistas.
Vão às favas!
Os pseudos vencedores que
vendem o Evangelho, que fazem de sua mensagem um misticismo doentio, uma
ferramenta de captação de recursos financeiros livres de impostos e preparados para uso ardiloso e vil.
Apartai-vos de mim!
Os que arregimentam exércitos
de seguidores marionetados, incapazes de uma reflexão aguda e de conduzir sua
fé na estrada segura da Palavra, a qual é fundamentada na inspiração divina e
ilumina nosso caminho.
Arreda!
Bandidos de Bíblias em punho
como arma de manipulação e domínio. Negociantes incansáveis e insaciáveis pelos
privilégios mundanos, sustentados pelo suor e sangue dos incautos peregrinos
que de “igreja” em “igreja” buscam na penitência do dízimo o alívio para suas
almas.
Ouço musica ao longe...
Ela me acalma e tem a
capacidade de me conduzir ao sonho de dias melhores. Não! Não é a utopia
platônica de um mundo sempre lá, no eterno: o “outro”. Mas, uma luta constante
a partir de mim e de cada um que crê, (e não são tão poucos assim) não deixando
esmorecer a fé naquEle que é o seu Autor e Consumador.
Ouço música ao longe...
O Evangelho é música.
Música com cheiro, tom,
textura e sabor de vida nova. Regenerada! Vida pra ser vivida, sorvida,
deglutida e transformada em frutos que permaneçam. Frutos da salvação. Frutos
que não pesam, não aprisionam, não machuca o indefeso crente.
O Evangelho é música feita
para crer, pensar, viver.
“O evangelho é que desvenda os nossos
olhos
E desamarra todo nó que já se fez
Porém, ninguém será liberto, sem que
clame
Arrependido aos pés de Cristo, o Rei dos
reis” (Grupo Logos)
N’Ele, que dá ritmo santo a nossa vida.
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