"Nem sempre segue a bonança, mas contabilizar
as perdas é certo"
Passada as eleições (ao menos
onde não terá o 2º turno) é hora de juntar os cacos.
Quantas “profecias” não
cumpridas.
Quantos “homens de deus” sem
ter onde por a cara.
Quantas “igrejas” manchadas.
Quantos “rebanhos” divididos.
Quanta vergonha ao Nome do
Senhor.
Os judeus levavam a sério o
mandamento de não tomar o Nome do Senhor em vão. Eles geralmente se
escandalizam com o modo vão, corriqueiro, inútil e até mesmo vil de usarmos o
nome que simboliza o que entendemos de mais sagrado. É claro que usar o Nome do
Senhor em vão não se trata apenas da pronunciação do nome em si, mas de como
fazemos dele um elemento no jogo de ganha e perde de nosso dia a dia. Usar o
Nome do Senhor em vão é quanto se acorda tendo-o por testemunha e descumprem-se
o acordado, quando se prega e não se vive, quando se usa o Nome para fins pessoais
e egoístas.
E em “nome de Jesus” se
decretou vitórias de uns, derrotas para outros.
E em “nome de Jesus” se
determinou territórios ungidos.
E em “nome de Jesus” se
barganhou rebanhos.
E em “nome de Jesus” se
negociou acordos.
Em nome de Jesus...
Não devemos ser apolíticos,
precisamos saber como está o mundo a nossa volta e ter compromissos com a sociedade
em que estamos inseridos para a transformação pelos princípios da Palavra. Não
podemos viver de “glórias e aleluias” alienados das questões que angustiam a
cidade em vivemos. Até porque, quando o Cristo nos encontra e faz morado em
nosso ser, começamos a enxergar o outro e suas necessidades. O egoísmo deve dar
lugar ao altruísmo cristão.
O que não devemos é fazer
política do mesmo modo, com os mesmos recursos indignos, com os mesmos acordos
espúrios, as mesmas atitudes nefastas das raposas alojadas em nossa república. Por
que vencer a qualquer custo? Por que render-se ao mercado da politicagem? Por
que os “crentes” precisam participar de comemorações que procuram ridicularizar
os adversários?
Deveríamos ser diferentes.
Mas... os cacos estão
espalhados... se ao menos fossem corações quebrantados, em vez dos embates entre vencidos e vencedores.
Ninguém me contou, sei dos
casos de profunda desunião entre os irmãos por conta das escolhas partidárias.
Lamentável.
Estou triste!
Muito triste.
Devemos ser uma comunidade
unida por laços fraternos de fé, amor e esperança. Devemos desenvolver o
cuidado com as pessoas e devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua
Justiça. No entanto, perdemos ricas oportunidades de discutimos, sem
preconceitos ou paixões políticas irracionais as demandas de nosso município
frente às propostas dos candidatos e assim, examinarmos a mais real e
verossímil, além de escrutinar os candidatos, seus históricos e filosofia de
vida, para assim pensarmos um apoio, e isso longe do púlpito, pois é o lugar de
exposição da Palavra não de discursos e propagandas. E sabendo que isso é
apenas um dos passos primordiais para a cidadania.
Mas, o que vimos, foi frustrante,
e como dói ver “igrejas” caindo no canto das raposas, encantadas em poder está
tão próximas do poder.
Porém, eu tenho esperança.
Já disseram que eu sou um
sonhador.
Prefiro sonhar, embora com os
pés no chão, afinal: “quem não sonha não vive”, já dizia Ariano Suassuna.
Lembro-me do ultimo evento da
campanha. Presenciei porque passou em minha rua e do segundo andar onde moro
tenho uma ampla visão, que talvez fosse melhor não ter, pelo menos naquele dia.
Eis que diviso em meio à multidão uma figura peculiar. De paletó e gravata, Bíblia
de um lado da axila, com uma bandeira do “Povo Santo” numa das mãos agitando e
pulando, junto com a multidão estava um intitulado pastor.
Não!
Não teria sido um pesadelo?
Uma dessas visagens?
Um delírio?
Não era.
Era real. Verdadeiro.
Não achei graça nenhuma!
Derruba pessoas no cai-cai do
paletó, capaz de pulos e gritos espirituais incríveis, falar línguas de todo
tamanho, e é incapaz de discernir um comportamento inadequado. Seguia os trios
em êxtase num desserviço ao Evangelho.
O alívio é que a língua dos
votos era outra, e ele não viu, nem ouviu (tirem suas conclusões).
Inseri esse fato no texto por
achá-lo emblemático, e quero crer que foi isolado, pois, minha intenção era de
uma reflexão na maneira dos evangélicos manifestarem-se na política.
A política de um povo santo
deve ser no mínimo santa.
N’Ele, que elegeu seu povo
antes da fundação do mundo.
P.S: Se em sua comunidade se
deu o diferente, a reflexão do momento com responsabilidade e serenidade,
desconsidere o texto, ele fala da realidade conhecida pelo autor.
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