domingo, 15 de abril de 2012

Projeto: Pensando o Novo Testamento




Este é um projeto de leitura e meditação diária nos textos do Novo Testamento.  Foi inicialmente desenvolvido como parte de nosso acompanhamento ao grupo de trabalho masculino (UPH), da Igreja Presbiteriana de Guarabira. Porém, vários irmãos pediram para participar e estão recebendo via e-mail a disciplina diária de leitura e meditação no NT. Então, decidimos aconselhado por alguns irmãos, a também colocá-lo aqui no blog, para acompanhamento de todos que queiram ler, orar e pensar o NT.
Estaremos publicando a partir da Carta aos Romanos.
Boa leitura e aplique-se na oração e meditação.


Pensando o NT: Romanos




Leitura Diária: Romanos capítulos 01 – 02 -03


Não me envergonho! (Rm 1.16)

Há um desafio do qual todos os cristãos são chamados enfrentar com galhardia, o de demonstrar racional e convictamente a nossa fé, independente das circunstâncias ou do lugar onde esteja. Pode parecer algo simples confinado aos embates dos novos convertidos e os obstáculos por conta da nova fé, porém, a problemática é bem mais complexa do que imaginamos. Ao escrever aos cristãos de Roma considera algumas questões pertinentes aos irmãos daquele tempo:
a) Roma era a grande metrópole do Império concentrando a nata da política e do poder romano;
b) A cidade era um misto de cultura, mitologia e filosofia grega, romana e influências dos egípcios;
c) Cosmopolita ela resumia em si os sincretismos de várias religiões dos povos conquistados, e todo tipo de promiscuidade;
d) Os cristãos freqüentemente eram alvo de desconfiança e um perigo para o Estado;
O Evangelho dentro deste contexto parecia ter uma mensagem extremamente simplória e desprovida de elementos capazes de seduzir algum seguidor, o que poderia levar muitos irmãos a se sentirem constrangidos na defesa da fé. Paulo, então, após as saudações costumeiras das cartas declara fortemente: “Não me envergonho do Evangelho”, confiando que a mensagem do Reino é:
1. O poder de Deus – Sua fé não se baseava em charlatanices, filosofias vãs e sutis, e muito menos em crença supersticiosas. Não! A base solidificadora de sua fé estava em compreender que o Evangelho não é palavras de persuasão humana, mas, O Poder de Deus;
2. Para a salvação – Não se tratava apenas de uma demonstração de milagres, ou uma compilação de ensinos éticos, nem uma opção religiosa. Havia um propósito eterno para esta mensagem, a salvação daqueles que o Senhor chamar, aqueles que o receberiam seriam feitos seus filhos. Essa salvação não era excludente, nem fazia acepção, mas, era inclusiva: judeus e gentios fariam parte dela.
3. De todo aquele que crê - A mensagem provocava duas atitudes, ou aceitavam-na, ou recusavam. Crer na pessoa certa (Jesus) é o Caminho seguro e pleno que nos conduz ao Pai. O que para os gregos era loucura, e para os judeus escândalos, a certeza de Paulo de Paulo é produtora de vida.
Portanto, mesmo em face das mais sofisticadas mídias, dos desenvolvimentos conhecimento, o Evangelho continua vivo, real e verdadeiro. Assim como Paulo, possamos nós anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, poder de Deus, Salvação de Deus a quem crer.

Pedido de Oração
Oremos pelo testemunho de fé de cada homem, mulher, jovem e adolescente da Igreja do Senhor.

Um Convite a Meditação





“Quanto amo a tua Lei! É a minha meditação, todo o dia!”
(Salmos 119.97)

Uma das coisas mais interessante que encontramos na Palavra de Deus é o seu constante convite a meditação reflexiva. Podemos perceber que para Deus, é fundamental que o homem pense e construa um cristianismo capaz de discernir as coisas que vem do alto através do seu entendimento. E este entendimento parte de nossa capacidade de meditar.
Muitas das idéias absurdas que circulam hoje pelas igrejas foram concebidas na pressa de se descobrir uma “novidade gloriosa”. E, como não temos destinado tempo pra a saudável meditação, engolimos torpes revelações e duvidosos ensinos como se fossem verdades escriturísticas. Isto acontece pela nossa completa negligência no salutar hábito de ler e pensar a Palavra.
E a Bíblia nos convida a meditar.
O livro dos Salmos é uma grandiosa seqüência de momentos a sós com Deus, onde o salmista contempla as maravilhas De Deus e o reconhece em cada momento da sua vida, percebendo-o nos mínimos acontecimentos que o cercam, tanto os favoráveis, quanto os desfavoráveis. A própria medicina moderna lança mão dos revolucionários estudos clínicos e afirma que quem mantém o hábito de meditar, tem uma melhor qualidade de vida.
Mas, porque é tão importante meditar? Não seria perder um tempo valioso do dia, ficar ruminando pensamentos? Porque essa prática é tão fundamental no cristianismo?
Ora, meditar é imprescindível para nós, cristãos, por diversas razões, vejamos algumas delas:


1. A meditação nos ajuda a discernir e perceber a ação de Deus através da sua criação (Sl 119.1);
O salmista nos convida a lançar um olhar perscrutador sobre as manifestações da natureza e que estão acima e além de toda capacidade criadora do homem. Ao observar o sol, a abóbada celeste, o firmamento, o mar, as grandes montanhas somos naturalmente tomados por um sentimento de insignificância e temor a Deus. Esse sentimento vem alojar-se em nossos corações, levando-nos a reconhecer aqu’Ele que concebeu tais obras e expressar um cântico de louvor ao Senhor, como fez o salmista: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos”.
Quando paramos para meditar na infinidade do universo, nas profundezas do oceano, na exuberância das florestas, no equilíbrio entre a fauna e a flora, somos achatados em nossa pequenez e levados a uma glorificação ao Autor da Criação numa incontida exultação: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado”(Sl 48.1).

2. A meditação nos ajuda a discernir e viver o amor de Deus pelo seu povo (Jr 31.3);
Um segundo convite da Bíblia para nossa vida e considerarmos o amor de Deus por nós, seu povo escolhido. O mesmo Deus que criou toda essa formidável natureza e tudo que nela há desde a maior estrela a menor de todas as flores, o Deus infinito e insondável, é o Deus que nos escolheu para sermos um povo santo e exclusivo seu. Não vivemos entregues a própria sorte, pois Ele tem cuidado de nós e se vivemos, é porque a sua misericórdia se renova a cada manhã e não permite que sejamos destruídos (Lm 3.22).
Quando meditamos somos levados a pensar profunda e responsavelmente sobre esse amor inexplicável de Deus. Amor que nos constrange e cala a nossa boca das murmurações quando refletimos no que Senhor fez por nós: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).

3. A meditação nos ajuda a discernir e desenvolver os ensinos de Jesus para a nossa vida e nossa Igreja (Lc 10.41);

Marta estava ocupada em muitas tarefas e por isso se achava ansiosa. Maria ocupou-se primeiro em meditar, para que assim pudesse trabalhar.
Quantos de nós estamos vivendo dessa forma? Ocupados demais para quedar-se aos pés de Cristo? Ansiosos demais para sentir sua presença acolhedora e tranqüilizadora? Quando Jesus contava suas parábolas, quando discursava e nos conduzia a olhar para os lírios do campo e as aves do céu, era uma exortação para que tenhamos em nosso dia momentos de intensa intimidade com Ele, meditando em sua doutrina e como aplicá-la em nosso dia a dia.
Para crescermos espiritualmente na sã doutrina de Jesus Cristo, é preciso termos tempo para a sua Palavra e para uma oração sincera aos seus pés. Uma só coisa é necessária: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

E nós, como estamos em nossa caminhada Cristã?
1. Temos procurado disciplinar a nossa agenda para ter um tempo com Deus e meditar em sua Palavra?
2. Temos procurado manter, apesar do nosso dia a dia agitado, uma hora tranqüila, quedado aos pés de Cristo aprendendo, ou só o procuramos quando as coisas não vão bem?
3. Temos considerado que todo o universo infinito não pode conter esse Deus grandioso e, no entanto, Ele ouve o nosso grito, quando clamamos por socorro?
4. Temos encontrado tempo pra todas as coisas, esporte, televisão, amigos, etc, enquanto que para Deus apenas o resto?
Meditemos!
Irmãos meditem!
Pois esse é um convite de Deus em sua Palavra para o seu Povo.

N’Ele que Deus nos chama a pensar.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Não Me Falaram de Cristo



Teve uma época em minha vida que decidi conhecer Jesus.

Foi um desejo latente e apaixonante, daqueles que vem para transformar a nossa vida.
Busquei-o em muitas formas e em todas as formas o “jesus” tinha uma forma que não era a sua própria forma.
Então, como Arquimedes a gritar “eureka!” pelas ruas, acendeu na lógica racional de minha mente procurá-lo onde Ele pode ser revelado de uma forma especial e autêntica: na Bíblia.
Foi então que pude ter a experiência mais complexa e extraordinária de minha vida: conhecer Jesus Cristo através de Jesus Cristo.
Isso mesmo!
Quando nos debruçamos nas páginas eternas das Escrituras Sagradas vamos ter um contato com a Revelação Especial de Deus para as nossas vidas. Passamos a conhecer Jesus sem nenhum óculo neurótico-religioso de plantão. Isto quando estamos dispostos a fazer de nossa leitura um momento de verdadeira alimentação espiritual e encontro com o divino e não para apenas promovermos um debate religioso.
Descobri, então, estupefato, que não haviam me falado de Cristo.
Muitos me falaram de religião, e essa como uma instituição de regras humanas e imposições amargas, que perturbam e traumatizam os corações, que amputam sonhos e achatam as intenções mais puras e íntimas de nosso ser.
Outros me falaram filosofias infindáveis e neuróticas, de verdadeiras viagens teóricas e devaneios lúdicos onde os questionamentos brotam como incontáveis ondas existenciais, mas não se tem nada de concreto, alias, nem o nada é alguma coisa.
Ah! Falaram-me também, de um camarada zangado e enfezado que lançava raios e maldiçoes sobre tudo e todos e exigia tudo e não se satisfazia com nada. Andava sempre de olho com aquele jeitão de um disciplinador severo, pronto para castigar a qualquer momento.
Sabe o que mais?
Falaram-me de um deus cheio de barganha e negociações tolas e desfavoráveis. Que afirmavam que ele lhe concedia uma graça, mas essa graça precisava ser paga com uma promessa ou voto. Então quase entrei em parafuso!
Se for graça é graça.
Porque sendo preciso pagar, já não é mais graça e sim barganha!
Então, as paginas da Bíblia foram como um copo de água para um sedento viajante do deserto. Foi como despertar de um torpor que alucinava e alienava de qualquer compreensão exata do Ser de Cristo.
Nela, o Espírito Santo revelou (por que é o Espírito Santo que orienta as nossas leituras e orações) um Jesus Cristo que me faz repousar tranqüilo, de quem eu posso aprender e lhe suportar o fardo porque ele é leve, suave. Encontrei um Jesus que não fica pendurado eternamente num madeiro, e, também não está entronizado numa região celeste inalcançável pelo pecador, de modo que tem a necessidade dos “santos” intercessores para mediar tão drástica situação.
Não! Esse Jesus Cristo habita com todos aqueles que lhe recebem como o Senhor de suas vidas e junto com o Pai faz morada em cada um de nós, transformando-nos em fontes vivas que jorram para a eternidade.
Esse Jesus é o meu pão diário onde minha fé é renovada e o meu espírito fortalecido.
Esse Jesus cura as minhas mais uterinas feridas e meus mais profundos traumas dando sentido para a minha existência.
Esse Jesus faz explodir dentro de mim a fé, o amor e a esperança que transforma o mais miserável ser em sal e luz da terra.
Esse Jesus jamais me desampara e me conduz para o seio do Pai para todo o sempre.
- Eu andava perdido e desgarrado, mas foi achado por ti, Senhor.

N’Ele, que me achou com sua Palavra.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Incomparável Deus e Suas Inesperáveis Escolhas



A quem compararemos o nosso Deus?

Uma das maiores verdades reveladas pela Bíblia é o profundo e claro entendimento de que Deus é Deus.
Nenhuma ideologia, nenhuma teologia, nenhuma doutrina, nenhum mantra, nenhuma manifestação mística ou experiência extra-sensorial pode nos trazer um completo conhecimento de Deus ou explicar todas as inesperadas e ilógicas escolhas que o Criador realiza no transcurso da história do homem.
A Bíblia nos ensina que o nosso Deus esta além de qualquer compreensão humana. Criou e tem preservado todo o universo e o próprio universo não pode contê-lo, o tempo não é medida para avaliar sua existência, Ele está acima do bem e do mal. É o único ser realmente livre, e é também o único ser que faz a história convergir para um propósito determinado antes de existir.
Deus é Deus!
E esse Deus que é transcendente também é lógico. As leis naturais, da física, os elementos e todo o equilíbrio maravilhoso dos sistemas existentes nessa dimensão em que nos encontramos, respondem a uma surpreendente organização divina, que equilibrou tanto as estrelas gigantes, as nebulosas e as maiores galáxias dispondo cada uma em seu perfeito lugar e com seus perfeitos movimentos cósmicos, quanto aos menores sistemas quânticos e nucleares. Cada átomo e próton e nêutron e núcleos subatômico dispôs em seus devidos lugares e com suas respectivas massas e potencialidades e movimentos no microcosmo que não vemos, mas, que Deus presencia.
Deus é Deus!
No entanto, ele é inesperadamente surpreendente em seu modus operandi de conduzir a Redenção da sua criação.
Ele escolhe salvar o homem fazendo-se homem, e sendo Deus experimenta a dor própria do homem. Mas, embora sendo homem contemporiza um amor inerente e próprio de Deus, sendo agora, esse amor, uma realidade para o homem.
Quem escolheria a via dolorosa que conduziria a cruz? Quem na sua mais completa coerência lógica escolheria o símbolo da derrota, vergonha e maldição como caminho de glória? Quem escolheria a morte para fazer explodir a vida?
Deus escolheu.
Quem escolheria Abrão (depois Abraão)? Um idoso caldeu, fracassado em seu projeto familiar e de duvidoso conceito moral para ser o pai da fé, e da raça escolhida para ser bênção para todas as famílias da terra, quem escolheria?
Deus escolheu.
Quem escolheria um suplantador (Jacó), um enganador, um homem de duvidosos caminhos, embaraçosos projetos e constrangedores relacionamentos familiares, e colocaria como pai de muitas nações e um dos maiores símbolos da fé?
Deus escolheu.
Quem escolheria Jonas? Um obtuso, duvidoso e xenófobo profeta, um homem de uma visão extremamente regionalizada e incapaz de sair do seu lugar-comum e ter uma visão cósmica da missão de Deus, quem escolheria?
Deus escolheu.
Quem escolheria pobres e simplórios pescadores, confusos e sem convicções plenas para a maior comissão da história da humanidade? Missão que transformaria para sempre o mundo que conhecemos. Quem escolheria pessoas sem fé para anunciar a realidade da fé?
Deus escolheu.
Quem escolheria a mim e a você, com os defeitos e incapacidades e infidelidades cristãs e incoerências na prática diária da vivência do Evangelho? Quem nos escolheria? Quem seria capaz de entregar para sofrimento e castigos o seu corpo, e aceitar os cravos perfurantes de uma cruz romana por mim e por você? Quem escolheria?
Deus escolheu.
Por isso, medite nas incompreensíveis escolhas de Deus para a sua vida. Ele deixou a sua glória, ausentou-se do trono majestoso e eterno para assumir a natureza humana e derramar o sangue divino como purificação para a minha, e a sua vida.
Deus que é lógico atreve-se a romper a sua própria lógica para resgatar os seus filhos e torná-los eternamente salvo.

Em Cristo, que constrangedoramente nos ama.

terça-feira, 3 de abril de 2012

As Marcas do Ministério de Cristo



Mateus 4.23-25.
  Marcas são projeções transformadoras que deixamos em nossa geração e quando são profundas alcançam gerações futuras. Assim os grandes filósofos e pedagogos, os grandes artistas, os líderes religiosos e ainda os estadistas e também os cientistas nos legaram toda uma estrutura social, religiosa e cultural que temos hoje, alguns com uma maior influência em nosso tempo, outros só uma lembrança nos livros.
As marcas do ministério de Jesus são capazes de alcançar qualquer geração, em qualquer tempo. Elas ultrapassaram as barreiras temporais, culturais, lingüísticas, dimensionais até, provocando transformações existenciais profundas e reencontros eternos. Essas marcas não pertencem a nenhuma religião, mas está acessível a todos que com o coração/alma aberto permite-se ser preenchido por esta essência de vida plena e infindável.
Assim como Cristo Jesus é o ideal ético, moral, religioso e vivencial para todas as épocas, o seu ministério possuía algumas características que o tornava impar e que deve refletir em qualquer proposta espiritual que se dispõe a ser e a ter uma mensagem cristã.
Longe dos surtos psicóticos das manifestações religiosas, ditas “cristãs” de hoje, carregadas de uma escravizante idolatria ou de uma irracional demonstração de "dons carismáticos" com data, hora, lugar e ênfase marcadas, o ministério de Cristo é centrado no ensino que conduz o homem a sua inteireza relacional, homem-Deus, homem-mundo, homem-homem. Dessa forma o seu ensino era capaz de ser compreendido tanto pelos desfavorecidos de cultura quanto aos mais intelectualizados do pedaço.
Uma segunda marca desse ministério cristocêntrico é a proclamação pela pregação. Não significa apenas uma capacidade retórica, não é apenas uma demonstração homilética, o sentido é a busca ao homem caído e incapaz de por si mesmo reencontrar o Caminho de Deus. Cristo foi ao encontro desse homem, não construiu uma torre religiosa, dogmática, paradigmática que assusta e intimida, não! Ele percorria as aldeias, as cidades, os lugares lançando a semente da Palavra de Deus, pois o verbo pró-ativo do Reino é “IR”. Ir de encontro ao próximo e transmitir vida em vez de morte, alegria em vez de tristeza, sentido em vez de vazio, liberdade em vez de culpa.
Outra característica marcante do ministério de Cristo é a sua capacidade de curar o homem. Não é uma mera demonstração de capacidade terapêutica para restabelecimento da saúde material humana, mas uma força libertadora e libertária que arrebenta com todas as cadeias que sufocam que maniatam que afundam e amargam a existência humana. Cristo cura os males do corpo, as pressões do mundo e as doenças da alma. Lá do âmago do nosso ser, do espírito mais profundo e escondido de nossa vida, aquilo que de fato nos torna seres doentes, Ele revolucionariamente quebrante e nos reconstrói.
Portanto, todo ministério cristão que nos adoeça, que não nos torne pessoas melhores, que não demonstre o ensino do Evangelho, a proclamação do Evangelho e a cura pelo Evangelho, não pode ser um autêntico ministério continuista de Cristo Jesus. Pois, o ministério de Cristo produz vida plena e abundante.
N’Ele, que é a Palavra Viva de Deus.       

domingo, 1 de abril de 2012

Bendito O Que Vem Em Nome Do Senhor




O Domingo de Ramos que funciona como uma introdução dos tradicionais festejos da “Semana Santa” é uma excepcional oportunidade de refletirmos na maneira como o Rei dos reis tem sido recepcionado em nossa vida e quais sentimentos sua presença desperta em nosso coração.

A cidade experimenta uma áurea mística cristã e muitos, ainda hoje, amarram nos postes ramos de palmeiras e outras plantas como saudação ao Cristo que irrompeu as portas de Jerusalém causando tumulto, admiração e desconfiança.
O texto bíblico não nos remete apenas a um fato histórico temporal, perdido na poeira dos séculos e transmutado em cerimônia esotérica. Não! Esse episódio marcante do ministério de Jesus é um mergulho existencial que nos remete a um repensar da nossa pessoal experiência com Ele (Jesus) e seus significados transformadores pra cada um de nós.
Podemos, assim, destacar três perspectivas da chegada de Cristo na Jerusalém que deve ser entendida (pelo menos neste artigo) como a nossa vida:
A primeira coisa que observamos é o aspecto presencial e impactante de sua chegada. Jesus não passa despercebido em nossa vida, Ele causa reações, ora positivas, ora negativas, mas que trazem um verdadeiro rebuliço espiritual, como que nos despertando de um torpor religioso e ritualista para uma festividade salvadora de um Rei de veio libertar seu povo. Agora, some-se a isso alguns fatos paradoxais que causam redemoinhos na teologia da causa e efeito, tão comum no cristianismo de hoje em dia: O Rei vem desarmado, sua guarda pessoal e um grupo de apóstolos que ainda não sabem o que realmente são. Seu transporte real é um jumentinho, animal de carga e transporte dos pobres.
 A chegada de Jesus em nossa vida é recheada da contracultura aos valores e engrenagens que move o mundo em que vivemos. Seus princípios não estão pautados no poder secular, nas riquezas destrutivas nem as ostentações fúteis tão disputados pelos homens. Sua chegada nos leva a uma desconstrutividade do “eu mesmo” (egoísmo) para uma construtividade do “Ele em mim”. Alguns receberão com festa e alegria, muitos com desconfiança e rejeição.
Qual é a sua (minha) reação?
A segunda coisa que observamos é a rejeição quase que imediata que muitos de nós expressamos em relação ao Cristo que chega. Essa rejeição apega-se a ritos litúrgicos para justificar-se, usamos até mesmo nossos sistemas religiosos engessados para evitarmos que as transformações que essa avassaladora presença exige venha tornar-se real. E então, até mesmo a alegria de quem O recebe e compreende as dimensões de seu ser incomoda: “manda que se calem”. E então, a esperança, a fé o amor são substituídos pela desconfiança e pela insensata oposição: “Quem é esse?”.
A chegada de Cristo é recheada por uma proposta de arrependimento e fé, de uma contínua reconstrução de nossa vida na Rocha sustentáculo que nos mantém e guarda até o fim. E para isso, é necessário renúncia, disciplina e serviço. Alguns O receberão com louvor, muitos desprezarão.
Qual a sua (minha) reação?
 A terceira coisa que observamos é o caráter messiânico nesse adentrar d’Ele em nossa cidade fortificada (coração-espírito). A chegada de Cristo deve nos conduzir a uma expressão de reconhecimento de nossa miserável condição de pecador incorrigível, alienado de Deus, seduzido pelos sistemas mundanos e incapaz de encontrar a salvação por si só, como gritará o apóstolo Paulo em Romanos 7.24 “...quem me salvará no corpo dessa morte?”. Então, a presença d’Ele abre nossa compreensão para a necessidade de sua intervenção em meu corpo, em minha vida e por isso a exultante manifestação como que uma confissão de fé e vida: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor”.
Sim! Bendito o que vem em nome do Senhor!
A chegada de Cristo em nossa vida é recheada da graça salvívica que nos impele a adornar os caminhos de nosso coração, não mais com ramos, folhas palmeiras ou de qualquer outra espécie de plantas, mas com as folhas da esperança, da fé e do amor e, fazendo tangíveis os frutos da verdade e da justiça marcas de quem tem o Cristo entronizado em sua vida, não apenas em uma “Semana Santa”, e sim, em uma inteira VIDA SANTA.
Qual é a sua (minha) reação?
N’Ele que é o motivo das festas em meu (nosso) coração.