Não!
Não se trata de um libelo a
solidão.
Nem de uma apologia ao
desigrejismo.
Nem tão pouco de um apelo ao
isolacionismo.
Até porque já disse o poeta: “É impossível ser feliz sozinho”. E
ainda que seja possível, não é bom, pois está escrito: “Não bom que o homem esteja só”.
Trata-se de um princípio
norteador de minha caminhada cristã. Da construção do Evangelho de Cristo em
mim, e assim sigo, nunca só, mas...
Eu creio só!
Não libero a minha fé a
ninguém, não vivo a tiracolo de nenhum grande ou pequeno teólogo midiático, por
quem aprendemos alguma coisa e desaprendemos outras. Não dependo da carona de
ninguém para crer, creio no Deus que na cruz por mim morreu e ressuscitou e me
aguarda na mansão celestial.
Eu creio só!
Ninguém faz minha oração. Sou
eu que tenho que entrar em meu quarto secreto, o quarto da bagunça, e ali, o
Pai que vê em secreto, recompensa. Minha oração é minha. Ninguém pode orar em
meu lugar. Sou eu que oro, embora não sabendo, mas, sabendo que o Pai sabe que
eu não sei, e assim, me entende.
Eu creio só!
Tenho que diariamente ter meu
encontro com a Palavra Sagrada e dela me alimentar. Sou eu que tenho que me
disciplinar e mastigar cada versículo como quem saboreia seu jantar mais
precioso. Ninguém lera por mim, ainda que alguém leia para mim, minha leitura
ninguém fará.
Eu creio só!
Nenhum Davi ostentará sua
funda a derrubar os Golias que me assaltam na vida. Minhas lutas e desafios são
meus, minha cruz carrego com galhardia, não delego a ninguém as minhas
tribulações, ainda que conforto alguém possa me proporcionar, sou eu que tenho
lutar e vencer minhas batalhas.
Eu creio só!
A comunidade sou eu com os
outros, mas não me cabe cobrar a perfeição ou decretar condenação, mas ser
instrumento de união, de amor, fé e esperança. A Igreja está em mim, e sendo
assim, faço-me Igreja quando abarco outro em minha vida e quando sou pelo outro
abarcado. Mas, sou eu que tenho que ser Igreja.
Eu creio só!
A proclamação a mim confiada
é minha, não delego a ninguém tal função, ainda que na terra em que eu não
possa ir outro proclame o que eu proclamo, pois tal missão é dele. Minha missão
é minha, não posso confiar a ninguém, mesmo que apenas uma única pessoa
evangelize, sou eu que tenho que evangelizar, pois é meu dever.
Eu creio só!
Embora não esteja só.
Cada um deve crer só.
Pois o encontro com o PAI é
único, pessoal, intransferível.
E assim, cada um soma-se a
outro um e mais outro e se fazem todos.
E todos são um.
Assim como o PAI e o FILHO.
E dessa forma reconhecerão o
Cristo em nós.
N’Ele, que não me deixa crer
sozinho.
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