Esperei com certa ansiedade
pelo aguardado filme Prometheus. Tanto por ser apregoado pela mídia
cinematográfica como um prólogo de Alien, o 8º Passageiro, como pelo retorno do
brilhante diretor Ridley Scott a franquia tão bem sucedida. Scott produziu
também, um dos melhores filmes do gênero: Blader Runner, o Caçador de
Andróides, em que o cenário futurista, as imagens grandiosas e os espetaculares
efeitos somam-se a um roteiro impecável que introduzia no espectador a
discussão sobre criação e criador, inteligência artificial e outros elementos
da angustia humana.
Ora, o enunciado do filme
informava sobre a busca de respostas quanto a origem da vida e o quanto essa
busca poderia levar o homem ao seu fim. Um excelente convite para o deleite da
arte de ver cinema e viajar em sua trama.
Mas, não foi bem isso que a
película nos ofereceu.
Claro, as imagens com um
fantástico realismo são incríveis, o som e a fotografia perfeitos, alguns
personagens inteligentemente criados e interpretados com maestria (destaque
para o andróide David e a pesquisadora Shaw, interpretados por Michael
Fassbender e Noomi Rapace). Nos diálogos há uma citação de Nietzsche e um nada
sutil escárnio a Darwin e a teoria da Evolução das Espécies.
O filme se propõe a alguns
desafios, sejam científicos, filosóficos e até teológicos, não é a toa que em
seu título é uma alusão a mitologia grega. Prometheus foi um titã. Astuto,
inteligente e defensor da humanidade. Ele roubou o fogo dos deuses e deu aos
homens, garantido com isso, a superioridade da raça humana aos demais animais.
Prometheus acaba pagando muito caro por isso. Em punição a essa ousadia, Zeus o
aprisionou no cume do monte Cáucaso, onde uma águia lhe devoraria o fígado
durante o dia, e este, durante a noite restaurava-se, para que no outro dia
continuasse a ser devorado, e esse castigo pela eternidade.
No entanto, Prometheus (o
filme), tem um ponto fraco que arrasta consigo o conjunto da obra, seu calcanhar de
Aquiles é o roteiro.
Faça-se justiça, funciona até
certa altura, mas, depois descamba para uma seqüência de inconsistências,
falhas e erros que não dá para acreditar se levarmos em conta o objetivo da
missão dentro de sua estória.
Algumas incoerências:
A missão seria composta de
cientistas e militares, mas eles não se comportam como tais, mais parecem
colegiais indo disputar os jogos estudantis.
Os tripulantes são
impressionantemente inadequados para tal missão.
Os métodos científicos usados são extremamente amadores.
Os protocolos de segurança
para tal missão simplesmente não existem.
Há um excessivo consumo de
álcool por um dos pesquisadores responsáveis pelo objetivo da missão.
A trama cai para o melodrama
típico dos americanos e o teor científico mistura-se a dramas e frustrações
pessoais.
O apego religioso não tem
função de questionar por respostas, e sim de uma apologia religiosa infantil,
parecendo ser feita para agradar ao cristianismo americano.
O encontro com os “engenheiros”
é perturbadoramente constrangedor, onde as grandes questões que propositaram a
missão, tem o silêncio e a violência inexplicável como respostas.
Em fim, prometeu muito, mas,
cumpriu pouco.
Ficou no ar a evidente brecha
para aquelas intermináveis seqüências que em muitos casos embaralham ainda mais
a estória. Vamos esperar.
Há, ainda, outros pontos que
poderia analisar, mas espero que você assista, se lhe convier, e que tenha seu
próprio ponto de vista. Afinal, este é apenas uma resenha, um comentário de um
apreciador da sétima arte, e em especial dos filmes de Ficção Científica.
Em tempo:
Encontramos o Criador na
viagem rumo ao Cristo em nós.
N’Ele, que nos criou sua
imagem.
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