Não há nada melhor para aqueles que foram alvos do Evangelho do que evangelizar.
Abomino, no entanto, o
proselitismo.
Gosto de me armar com o
Evangelho da Paz, o convite ao arrependimento e conversão, para conhecer o
Cristo Jesus. Morto pelos nossos pecados, ressurreto para nos dá a vida eterna.
E engraçado como nos cercamos
de academicismo de pouca valia, e muitas vezes esquecemos que é o olho no olho,
a palavra bem-dita, a mensagem simples, de um Evangelho simples, desburocratizado
que chega e atinge as pessoas, neste Brasil de rostos sofridos, de
esquecimentos governamentais, de estranha democracia, onde o palanque está
sempre montado e o povo é um gigante sem voz, teimosamente adormecido.
Lembrando que a mensagem
simples não deve ser simplória, que o Evangelho da Graça não é sem valor, que
sintetizar não ajuda, mas essencializar é preciso.
Tive a honra de participar no
inicio da semana de um avanço numa pequena cidade histórica de nosso estado. É
preciso encarar o evangelismo como um momento de socorrer o povo carente da
Palavra de Deus, expostos aos lobos vorazes e as idolatrizações que alcançam
níveis inimagináveis em nossa terra já tão propícia ao misticismo.
O engraçado é que fazia isto há
mais de vinte anos atrás, e naquela época as pessoas nos olhavam achando que
éramos fanáticos, hereges, ou “bodes”, que foi a forma preferida de tratamento dada
aos crentes pelo “santo do Nordeste”. Hoje, o olhar desconfiado é na expectativa
se vamos pedir dinheiro ou qual será o preço a barganhar pela salvação.
Expliquei um sem número de
vezes que não estávamos propagando nenhuma religiosidade em detrimento
desrespeitoso as outras, que não estávamos pedindo dinheiro no culto, nem
pediríamos votos para futuramente este ou aquele candidato, mas que queríamos
apresentar o plano de Deus para a salvação em Cristo Jesus.
Outra terrível realidade de
hoje é o grande número de pessoas feridas pelos líderes das igrejas locais que
muitas vezes funcionam como um feudo medieval. Será que existe treinamento para
ferir e machucar as pessoas em nome de Jesus?
Certos líderes se comportam
como senhores do céu, o microfone passa a ser uma arma perigosa de massacre as
incautas ovelhas.
Não podemos ensinar outra
coisa senão o Evangelho traduzido na capacidade de amar, primeiro a Deus, e ao
próximo, tendo como exemplo modelador o próprio Cristo.
Temos muito que faze então,
pois o estrago ao Evangelho causado pelos midiáticos é enorme, e o campo, está
ainda muito propício a proliferação do “evangelho” místico, desvinculado da
cruz, que busca as bênçãos e os tesouros deste mundo.
Não me importo o peso do
cansaço e as pernas que desobedecem a vontade de ir mais um pouco, não me rendo
se a voz é pouca, não desisto se os recursos rareiam, pelo menos irei em mais
uma, mais outra, aquela ali...
É muito legal escrever textos
e discorrer assuntos diversos, mas o chamado é pra fazer discípulos, in loco,
identificados com Cristo, capazes de lhe reconhecer a voz e segui-lo aos
verdejantes campos, e sair de nossa zona de conforto ajuda-nos a crescer na
graça e no conhecimento. Precisamos claro, escrever mais e mais, sem, no
entanto, deixar afinar as mãos.
Percorrendo ruas históricas e
casas tombadas, velhas construções aos pedaços ou em ruínas, porém
supervalorizadas encontramos gente, em ruínas, desvalorizadas e desassistidas
carentes do Evangelho e de Brasil.
N’Ele, que percorria toda
Galiléia, ensinando e pregando.
P.S: Com um abraço ao
Leonardo, em Piura, e também, Tony e equipe preparando-se para ir ajudá-lo.
P.S: Na foto estou ao lado do grande amigo Joseilsom Evaristo, rumo ao avanço missionário, junto com uma equipe da IPG.
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