segunda-feira, 19 de março de 2012

Caminhando Com cristo


 

O caminho com Cristo surpreende o incauto peregrino.
            É com sobressaltos que tomamos conhecimento D’ele, e de como Ele é.
            É no assombro que a sua luz provoca em nossas contumazes trevas que descobrimos cicatrizes, feridas e chagas abertas em nós, ou, que causamos aos outros. Sua luz desvenda as limitações reais e verdadeiras de nosso ser e muitas outras que foram criadas com dogmas, paradigmas e preconceitos.
            Caminhar com Cristo é ser consciente dos perigos da estrada, dos obstáculos, das sinuosas curvas e os desafios que espreitam o viajante. No entanto, é na eficiente sinalização do Espírito que trafegamos confiante no imensurável desfecho da rota.
            Longe de uma peregrinação exaustivamente neurótica, ou de um caminhar enfadonho e rotineiro, essa caminhada nos conduz por paradas restauradoras, por entre reconfortantes estações e prazerosos oásis onde a poeira dos nossos pés é limpa e a fraqueza de nossas mãos transforma-se em força motriz.
            Caminhar com Cristo é redescobrir valores esquecidos por uma sociedade dominada pela febre de consumo que transforma pessoas em números, ou em coisas, e que se permite toda afronta a Deus negando-lhe a adoração. Essa caminhada produz um retorno aos princípios e valores cristãos, e eles, são inegociáveis.
            Caminhar com Cristo é ter incontáveis encontros e reencontros, e nessas inusitadas paragens reencontrar a nós mesmos, pois nos perdemos e permitimos que o mundo construa os nossos sonhos e desejos, e os sonhos que o mundo cria, são sempre pesadelos disfarçados e os desejos que nos impõem, são perversões e loucuras.
            Caminhar com Cristo é experimentar a exuberante brisa da liberdade espiritual e oxigenar nossas veias com o mais puro sopro do Divino. É saber quem somos, para onde vamos e aquecer nosso coração com as brasas do Espírito Santo.
            Essa caminhada é feita passo a passo, com vitórias e fracassos porque tudo conta como algo que contribui para o bem de quem o ama.
Logo, o que é fracasso? Que o Senhor não transforme em vitória?!!
E a vitória? Que valor ela tem se perdemos a sintonia com o PAI?!!!
Portanto, enxuga as lágrimas - embora chorar faça bem quando sabemos o limite entre o lamento profundo e necessário, e a mania de comiseração que gostamos de cultivar – e segue em frente, meu irmão-irmã; porque caminhar com Cristo é ter uma viva esperança tão esplendorosa que, mesmo que a estrada esteja no deserto, ela deve ser verdejante e frutífera.
O caminho da graça de Cristo Jesus é SAIR dessa contextualização extremamente individualista e ególatra que vivemos e IRMOS rumo a Deus e ao próximo, permeados pelo amor que Ele, Jesus, faz brotar em nossos corações.
O caminho é feito de cruzes, de arados e de poeira, no entanto (entenda) há um rio da Graça que nos lava, cura e salva....

Em Cristo, O Caminho.  

sexta-feira, 16 de março de 2012

Acusações Contra Elias


 

            Fico imaginando as coisas pelas quais Elias seria acusado em nossos dias:
            Fanatismo.
            Por que vivia pela Palavra de Deus e não pelas circunstâncias ou negociações culturais em detrimento a verdadeira adoração. Vivia objetivamente a sua fé, sem vergonha de proclamar os editos divinos que o Senhor lhe ordenava.
            Preconceituoso.
            Sim! Seria tachado de preconceituoso por não admitir que religiões pagãs tomassem lugar na terra que Deus escolhera para o Culto Santo ao seu Nome. Por não aceitar essas expressões bizarras e esdrúxulas, que em seu ápice chegavam a queimar seus filhos, ainda bebês, em seus rituais abomináveis.
            Retrógrado.
            Por que não aceitava as mudanças radicais e estruturais pela qual a nação de Israel afundava em sua vida moral. Por não acatar que os bons costumes fossem relegados e as “novidades” imorais adentrassem em meio ao povo escolhido em nome das relações comerciais. Por dizer “não” a aculturação de tudo aquilo que era inominavelmente blasfemo diante dos olhos de Deus.
            Perturbador das massas.
            Pela coragem sem medida de denunciar as autoridades, colocando o dedo na ferida e expondo o rei e toda a sua corja pelos crimes que faziam afundar toda aquela geração. Pelo protesto em público e o desafiar legítimo para que os enganadores e parasitas do poder público mostrassem a cara no confronto do Carmelo.
            Crente frio.
            Por que não pulou, não dançou, não falou línguas estranhas, não fez piruetas nem “decretou” coisa alguma pelo seu poder, mas, humildemente clamou pelo Deus que o chamou. O Senhor responde com fogo consumidor.
            Crente em pecado.
            Por que era homem frágil e em nenhum momento de sua atribulada vida recebeu qualquer “vacina anti-stress”. E, assim, sendo homem, esteve sujeito as mesmas paixões que qualquer um de nós, sujeito aos medos, e cansaços, e solidões, e conflitos espirituais.

            Precisamos despontar em nós a audácia santa de Elias. Suas coragens monumentais, sua força advinda da fé num Deus que É. Precisamos da sua obstinada certeza no valor inegociável da Palavra provinda de Deus. Precisamos de sua impetuosa presença profética, denunciando os abusos de toda uma sociedade que apodrece dia a dia chafurdando na lama espúria do relativismo liberalizante que faz agonizar a decência, a moral, os bons costumes e todos os valores cristãos.
            Que todos aqueles que amam ao Senhor possam unir-se para expressar na aplicabilidade diária de nossa fé, os padrões imutáveis de Cristo e assim, transformar a nossa geração através da força libertadora do EVANGELHO.
            Impossível?
            Elias era homem igual a nós. (Tg 5.17).

           Em Cristo, que nos chama a profetizar.

(Este artigo é parte de uma série sobre o profeta Elias, assim como o artigo anterior)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Elias, O Profeta Sem Retété


 



“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos..”
(Tiago 5.17ª)
            (1ª Reis 17-2ªReis 2.1-18)
            Elias foi um dos maiores e mais emblemáticos profetas do Antigo Testamento. Durante o seu ministério, Deus o usou profusamente. Seja na forma de instrumento para que o seu poder fosse derramado naquele povo, ora punitivamente, ora como alerta para o retorno a fé verdadeira e genuína, ou, ainda, restaurando a terra. Seja na forma de exemplo de profeta verdadeiro do Deus Verdadeiro, que se guia pela Palavra e vontade do Senhor. Alem disso, Elias permanece para a leitura do Novo Testamento como uma pré-figuração do Messias que havia de vir.
            Uma rápida leitura em seis feitos e atos heróicos pode criar uma atmosfera inexistente em sua missão, pessoa e caráter. Assim como acontece com os personagens da história, os personagens bíblicos podem parecer super-homens, capazes de proezas inenarráveis. Mas a coisa não é bem assim...
            Ciente dessa mania humana, Tiago nos alerta para o caráter de Elias, “semelhante a nós”. Desmitificando, com isso, a imaginação de quem transforma os heróis bíblicos em seres transcendentais. Tiago, ainda nos dá um choque de realidade, quando nos desperta para perceber que Deus é quem opera pelo e no profeta, restando-lhe a atitude de obediência e testemunho do “Assim diz o Senhor”.
              Tenho encontrado algumas preciosas lições na vida do profeta Elias para nossos conturbados e conformados dias:
O profeta confronta as autoridades corruptas. Diferentemente do que muitos pensam a cerca da espiritualidade cristã, ela não se restringe a um gueto religioso alienado e alienante, desprovido de qualquer percepção política, democrática e social, como as injustiças, incongruências e a corruptabilidade dos que governam o povo. Elias surge na história de Israel confrontando o rei Acabe, lançando sobre ele o julgamento de Deus. O Senhor não estava alheio a forma como a nação vinha sendo desgovernada pelo sistema daquela elite. Diferentemente dos profetas bonachões de nosso tempo, que tentam um lugar ao sol na sombra do poder secular, sempre acenando simpaticamente aos mandatários dos municípios, estados e nação na esperança de amealhar alguma glória térrea, não importando a mínima para a podridão do sistema.
A pancada de Elias era seca!
O profeta promove a fé agindo na providência. Uma das marcas mais notável em seu ministério foi à obediência ao que o Senhor lhe determinava. Essa característica permitiu que mesmo em meio a mais assoladora fome e desamparo, ele é o instrumento usado por Deus para resgatar e promover a fé aos mais desamparados e carentes daquele sistema. O encontro de Elias com a viúva de Serepta nos adverte para não esquecermos que o Deus Soberano é providente, que mesmo sem entender ou “sentir” devemos obedecer a sua Palavra, e que a sua bênção não transforma adoradores em parasitas, mas bons despenseiros da sua Graça.
O profeta confronta o sistema religioso enganador. No Carmelo Elias no poder do Senhor derrota os profetas das profetadas, os visionários das “visagens”, os sacerdotes do engano e erro, a falsa religião que se associa ao Estado para manipular, marionetar e iludir toda uma nação. Elias confronta e envergonha os profetas de baal e seus ritos pagãos que impressionam e amedrontam os mais incautos, sua balbúrdia e seus frenesis não foram de nenhuma valia diante da real e poderosa manifestação do poder de Deus. Sem retété, sem alarde, sem mistificações, mas, nutrido pela fé verdadeira e guiado na Palavra de Deus Elias impõe diante do povo a vergonhosa mentira, idolátrica e diabolicamente escravizante anti-religião, que é qualquer religião que nega a Deus.
O profeta teve medo, mas enfrentou-os confiadamente no Deus que lhe guardava. Elias não era super-homem. Não era de aço, nem tinha super-poderes que lhe conferisse uma inatingibilidade dos fracassos e tribulações da vida. Sofreu com as perseguições de Acabe, Jezabel e Acazias. Teve depressão por não ver a nação converte-se ao Senhor, embora os feitos grandiosos realizados através dele. Elias demonstra mais do que qualquer outro personagem as virtudes e fraquezas que todos os homens e mulheres que estão no ministério podem ser acometidos. No entanto, homem de oração e de fervor ao Senhor, sempre esteve pronto para retomar a caminhada, movido pela Palavra do Deus Vivo e Verdadeiro.
Diante de tudo isso, possamos refletir algo pra a nossa prática diária de fé, esperança e amor.
1. Como Igreja do Senhor, possamos permanecer firmes, jamais alinhados com sistemas corruptos. Prontos para denunciar as injustiças e cobrar a construção de uma sociedade mais solidária, mais humana, mais cristã. Que a nossa voz profética injete vida na vida da nação em estejamos inseridos.
2. Que nossa mensagem evangelística alcance pessoas e não seja, apenas planos para alcançar territórios e aumentar os números no rol de nossas secretarias de igreja.
3. Que todas as nossas ações, doutrinas, teologias, revelações, sonhos, palavras sejam conforme as Escrituras Sagradas, sem desviarmos nem para direita, nem para a esquerda, mas que Ela seja o lume que garante o rumo da nau.
4. Que possamos compreender definitivamente que Deus não sofre de surdez, – baal é que poderia ser surdo – não se impressiona com qualquer ritual litúrgico antropocêntrico, nem é preciso nenhum retété, nenhum ato estranho ao Evangelho para que o poder de Deus se manifeste.
5. Deus jamais abandona os seus, “Eis que estou convosco até todos os dias até a consumação do século” Mateus 28.28.b.
           Em Cristo, que nos ouve sem gritos, mas com gemidos inexprimíveis.

terça-feira, 13 de março de 2012

Vergonha e Desabafo





                Sinto vergonha!
         Quando percebo as virtudes cristãs e as bases que solidificam a nossa fé, serem trocadas por evasivas filosóficas que condicionam a Verdade ao relativismo agonizante da medida do homem, e o Deus soberano sendo transformado em um ser apequenado, surpreso e cheios de sonhos infantis.
            Sinto vergonha!
            De ver a teologia ser tratada como uma abominação do conhecimento a ponto de muitos ditos "cristãos" aconselharem a fugir dela para não ter a sua “fé” esfriada; ou, sendo tratada como um mero conjunto de doutrinas do saber empírico, gerando teólogos que disputam preciosismos doutrinários em detrimento do povo cristão que anseia por unidade e paz. E assim, o púlpito foi transformado em um moderno areópago para demonstrações de oratória e homilética, em vez de lugar para a manifestação do poder de Deus pela sua Palavra por meio do Espírito.
            Sinto vergonha!
         Por acompanhar as disputas televisivas de muitos pastores midiáticos e seus ministérios gigantescos despejando promessas que Deus não fez. Brigando por coisas que não pertencem ao Reino, manipulando o telespectador para as vultosas doações numa verdadeira barganha celestial. Sinto vergonha por terem feito da oportunidade de comunicar o evangelho em uma corrida por audiência com direito a demonstração de quem mais expulsa demônios, de quem mais cura, de quem mais realiza feitos miraculosos, etc.
            Sinto vergonha!
            Quando a Bíblia é cada vez mais usada de acordo com o “achômetro” de cada um, ou como um livro mágico, enquanto fazem das experiências, que são bem pessoais, serem transformadas em doutrinas e normas, criando com isso, cadeias idolátricas em torno dos “vasos” que operam “moveres” que glorificam o homem e não mais a Deus.
            Sinto vergonha!
           De ver o misticismo, o bruxismo e o paganismo adentrar na Igreja Evangélica Brasileira e cada vez mais a ética, o exemplo e o viver a Palavra com dignidade se tornar um ideal utópico em vez de normalidade cristã.
            Sinto vergonha!
            Quando calvinista e arminianos se escalpelam em guerras que levam ao desgaste fraterno e o desamor crescente entre os irmãos.
            Sinto vergonha!
            Que o outrora povo protestante, não mais proteste, não mais examine, não mais discerna; que expressa uma espiritualidade fantasmagórica e caminhe por caminhos que não são os nossos; caminhos que não podemos e que não devemos ir.


              Sinto vergonha!
            Que este povo, que dantes recebera a alcunha de “os bíblicos” não mais leia, estude, nem perscrute como Bereanos a Palavra que lhes foi dada, e passou  a confiar plenamente nos pregadores estranhos e suas “revelações esdrúxulas”, tendo-as como verdade absoluta sem ao menos um exame acurado nas Escrituras.


          Sinto vergonha!
Que a Escola Bíblica Dominical, os Cultos de Doutrina e Orações sejam flagrantemente negligenciados e trocados por qualquer entretenimento fácil e alienante.
            Sinto vergonha dos cultos centrados no homem e em busca de bens de consumo numa ânsia neoliberal desenfreada e sem precedentes na história eclesiástica, enquanto remissão de pecados e o retorno de Cristo quase não mais constarem nas pautas dos sermões  dominicais.
            Sinto vergonha de mim, por minha inércia, impotência e vontade de desistir, pelo riso ante as cenas dantescas que se tornaram tão comuns hoje em dia e que deve nos levar a o choro, jejum e oração.
            Mas não te renego, nem te desprezo e não desisto de ti, simplesmente por te amar Igreja Evangélica Brasileira.

Em Cristo, que se entregou pela Igreja.
P.S: Tomei por empréstimo o mote da grande poetisa Cleide Canton e sua indignação pelo cenário de corrupção nacional: “Sinto Vergonha de Mim”.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O Socorro Para as Almas Cansadas






Mateus 11.28
            Estamos cansados!...

            ...Das intermináveis propostas milagrosas que ocupam as manchetes dos grandes jornais, mas não encontram lugar nos corações aflitos. Prometem-nos soluções, porém, só nos dão desilusões.
            Estamos cansados!...
            ...Das engrenagens sistêmicas de esmagamentos que transformam o ser humano em números, estatísticas e máquinas; despersonalizando o ser e massificando as paranóias industrializadas.
            Estamos cansados!...
            ...Dos surtos esquizofrênicos das propostas religiosas alienantes que transforma a comunicação divina num misto de nebuloso mistério e amedrontador misticismo.
            Estamos cansados!...
            ...Da frenética busca dos modernos cristãos pelo deus Mamom. O culto ao dinheiro virou a grande motivação religiosa, e o Deus de Cristo Jesus, foi transformado num garçom cósmico sempre pronto a satisfazer os seus amos.
            Estamos sobrecarregados!...
            ...Pelas infindáveis explicações científicas para o mistério da vida, do tempo, do futuro. Palavras técnicas incapazes de produzir satisfação, nem paz para a alma e os questionamentos mais infantis permanecem pertinentemente desconstruindo suas teses e seus mundos.
            Estamos sobrecarregados!...
            ...Pela sanha de competitividade que virou a caminhada comunitária nessa existência. Tudo gira em torno dessa luta desumana entre os humanos, desumanizando a todos.
            Estamos sobrecarregados!...
            ...Pelos entretenimentos que alienam o coração e a vida; que faz com que não tenhamos mais as percepções humanitárias e solidárias constantes, pois o “show não pode parar”, mesmo em face da dor alheia.
            Estamos sobrecarregados!...
            ...Pela falta de sentido, dos vazios espirituais, pelas esquisitices religiosas, pelas vãs filosofias, pela ciência fria, pelo caminhar do nada para lugar algum...
            A alma se contorce e chora, o riso cala, a vida dói.
            O Mestre sabia dos estresses modernos!
            “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei; aprendei de mim e encontrareis descanso para as vossas almas”. (Mateus 11.28-29)
        Conhecer Jesus não é uma viagem alucinógenamente alucinante, não é um encantamento místico, não é um sedativo psicológico, não é uma alienação religiosa, não é uma violação da personalidade, não é uma idiotização comportamental, não é um estado de permanente intriga com o mundo-pessoas.
            Conhecer Jesus é desnudar a alma, é despetrificar o coração, é decodificar a existência, é personalizar-se com Deus. É descortinar-se com o Pai, é reencontrar-se consigo mesmo, é transformar-se em nova criatura, é viver em plenitude tendo o Divino em nós.
            Conhecer Jesus não é uma viagem esotérica, mas, uma caminhada divina onde os cansaços e as sobrecargas existenciais findam na mansidão e suavidade do Senhor e Mestre.
            Conhecer Jesus é preencher a alma sedenta daquilo que mais necessita o homem, DEUS!
            Em Cristo que convida a todos: Vinde!      

quinta-feira, 8 de março de 2012

Deus Existe





           Deus existe!
            Existe?
            “Eu o encontrei” dirá alguém.
            Que expressão mais simplória e desassociada de um embasamento coletivamente concreto e científico. Até parece uma frase medieval ou mesmo uma dessas idiotizações religiosa que abundam em nosso cristianismo de mercado.
            No entanto, a comprovação da existência de Deus se dá em níveis absurdamente paradoxais que nos leva do concretamente visível - mas invisíveis, ao que é tão somente uma experiência individualmente mística no interior de cada um, que só ele vive e não se pode provar nada.
            Deus não se preocupou em comprovar sua existência através dos métodos sensoriais e empíricos humanos. Porém, “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Salmos 19.1), ou seja, a própria natureza em suas manifestações ecossistêmicas testemunha uma simetria funcional engenhosamente perfeita, e metricamente obedientemente as “leis” naturais que a regem. Se isso não ajuda a comprovar que Ele existe, pelo menos nos inquieta quanto o “porque” dessa maravilhosa criação.
            Não! Não!
            “Eu quero fatos. Fatos. Dê-me um fato que prove que Deus exista”
            Alguém me abordou certo dia.
            Ora, dê-me um fato que não o comprove.
            Teoria da evolução?
            Precisaremos evoluir um pouco mais.
            Os testes dos carbonos, o desenvolvimento científico, as confusões religiosas, etc.
            Esqueceram que o homem tateia no que já encontrou existindo, que Deus criou um ser conscientemente progressista e que Ele, não é patrimônio de nenhuma religião, nem mesmo do cristianismo, nem tão pouco da ciência. O homem olha para o universo e torna-se presunçoso pelas suas conquistas, porém, “Ele (Deus) chama as estrelas pelo nome, e pelo seu poder nenhuma delas lhe desobedece”.
            Há também a comprovação subjetiva interior de sua existência. O que acontece unicamente no campo do seu homem-interior, ambiente onde o teu espírito experimenta uma comunicação íntima com o Espírito de Deus e não haverá nada nesse mundo que lhe demova a certeza e a convicção que encontrou o Senhor.
            Aliás, foi por Ele encontrado.
            Essa experiência nos dá uma percepção espiritual da realidade, que “discerne por fé e não por vista”.
            E não é que acaba sendo assim mesmo!
            Deus existe! Eu o encontrei!
            Corrijo: Ele me encontrou.
           
            Soli Deo Glória.     

quarta-feira, 7 de março de 2012

Mulher...



“Ó mulher, grande é a tua fé!”
(Mateus 15.28ª)
            O universo feminino é bem presente em minha vida. Tenho cerca de dez companheiras de trabalho, com as quais partilho as labutas diárias pela sobrevivência, assim como planos e sonhos, acertos e fracassos. Em casa compartilho a existência com duas guerreiras, esposa e filha. Nas aulas que ministro nos fins de semana a grande maioria do alunado, com os quais caminho no aprendizado das doutrinas cristãs é formado por mulheres: empresárias, professoras, dentistas, fisioterapeutas, enfermeiras, donas de casas, vereadora, etc. Durante o seminário, pude conhecer valorosas mestras, apologetas do Evangelho que com carinho me ajudaram na arte de organizar as idéias e projetar o pensar. Quando recordo a tenra infância revejo minha heróica mãe, com quem tomei contato com a Bíblia e suas histórias.
            Aprendi a ler, lendo a Bíblia.
Grande parte da minha formação de caráter e fé foi provida pela força, exemplo e determinação dessas tantas mulheres que lapidaram minha forma de ser e jeito de viver.
Tenho sorte de ter vivido e convivido com elas.
Abomino toda violência e discriminação à mulher. Progredimos muito, reconheço, mas, ainda é preciso melhorar bastante na proteção e praticabilidade das leis em defesa da mulher.
Não compreendo e me indigno com a forma da cultura popular que travestiu a agressão à mulher em letras, músicas e danças que deturpam valores e expõe o corpo e as fragilidades femininas como arte, alçando o machismo e o fetichismo às glórias sociais.
E assim, a mulher que outrora nas canções, como a de Otavio de Souza e Pixinguinha era tratada de “divina e graciosa / estátua majestosa / do amor”; agora é reconhecida pelo grito tribal: “só as cachorras!”. Ou ainda a idéia de puro desejo pervertido: “Aí se eu te pego!”.
Também, é pertinente uma reflexão na maldade e perversidade da religião para com a mulher. Geralmente ela é sempre culpada de tudo. Sua culpa era inflada na Idade Média e sobre ela recaíam todos os rigores punitivos de uma sociedade e cultura caolha para consigo mesma. Entre os mulçumanos uma das expressões de maior horror e violência à mulher é a burca. Cito essa, mas poderia tecer um rol de atos infames praticados diariamente contra elas.
Não apenas essas religiões, mas se olharmos para a grande maioria delas há sempre um desumano e impiedoso tratamento as mulheres. Ora, e em  nosso cristianismo de mercado, cheios de paranóias e que faz de usos e costumes um valor acima das verdades bíblicas, encontramos esse vil tratamento às mulheres. Tanto que já sofri muito para ensinar a muitas e seus esposos, escravizados pelos sistemas torturantes da religião, que calça comprida não é pecado, que se pode usar batom e brincos, que pintar o cabelo não tira a unção, que depilação não é coisa do capeta, etc. Cansei de ver em minha infância evangélica, na década de 80, líderes do alto do púlpito espinhar as mulheres pela queda do homem, inocentando Adão.
É a burca do cristianismo, sempre em cima da mulher. O homem? Ah o homem, tudo pode, pois a mulher tem de lhe submissa e ganhá-lo em silêncio.
Atente que os textos implícitos acima estão no tom irônico que deles se fazem usar e assim garantir a supremacia masculina.
Não existe maior restaurador do valor da mulher do que Jesus Cristo, o Redentor. Elas estão por toda parte de seu ministério, seja na figura extraordinária de sua mãe, Maria, demonstrando o caráter e a fé de uma escolhida de Deus, fluindo força e doçura desde o anúncio na miraculosa maternidade a espectadora de sua morte na cruz. Seja no poço de Jacó, em Sicar, onde o Mestre, a uma mulher samaritana apresenta-se em plena humanidade: “dá-me de beber”; bem como se revela plenamente divino: “Eu que falo contigo”, e ela, a samaritana, corajosamente o testemunha em sua cidade levando-os a conhecê-lo e crer n’Ele.
Há mulheres que o seguiam e com os seus bens financiavam o ministério de Cristo. Há mulheres que d’Ele recebem o maior elogio de fé: “Mulher, grande é a tua fé”.
As mulheres não abandonaram Jesus. Diferentemente dos apóstolos e discípulos, assustados, escondidos e pasmos ante os acontecimentos, elas preparam ungüentos e perfumes para o seu corpo, e sem medo foram ao sepulcro, apesar dos perigos. E foram elas as testemunhas da ressurreição, maior de todas as mensagens cristãs.
Deus ama as mulheres!
A razão desse artigo é este amor e meu profundo reconhecimento e admiração por todas as mulheres desse Brasil.
Feliz dia Internacional da Mulher!