sexta-feira, 23 de março de 2012

Igreja, Comunidade Terapêutica Para a Cura Interior


 

A doutrina do Novo Testamento enfoca sobremaneira a Igreja e a sua importância na economia de Deus. Ela é uma agência imprescindível para o desenvolvimento da fé cristã.

Para poder entender o seu intrínseco valor é necessário observar o duplo testemunho sobre ela. 
O primeiro testemunho é advindo da própria Bíblia, mais especificamente o que o Novo Testamento afirma sobre ela.  Nele encontramos um rico acervo de figuras de linguagens usadas para demonstrar o que é a comunidade dos cristãos. Ela é chamada de Edifício de Deus, Lavoura de Deus (1 Co 3.9 ); Coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3.15 ); Corpo de Cristo (1 Co 12.27), etc.
O segundo testemunho é oriundo das nossas mais profundas experiências curativas e espirituais no seio dessa comunidade. Quantas pessoas destruídas pelos descaminhos da vida não foram tratadas e curadas nesse hospital espiritual onde o Espírito Santo prescreve o receituário da vida abundante: Fé em Cristo Jesus.
Mas como se dá a cura para nossos males interiores nessa verdadeira comunidade terapêutica chamada Igreja?
Antes de qualquer coisa precisamos compreender que o vocábulo “igreja” vem de uma raiz hebraica que tem como conotação a redundante idéia de “sair fora”, “cortado”, “separado”; enquanto seu termo grego “Eclésia”, trás a idéia de ajuntamento, reunião ou assembléia. Ou seja, estar na Igreja é ter saído do sistema de valores invertidos que se chama “mundo”, cortado e separado dele, para formarmos uma comunidade alicerçada n’Ele. É claro que “Igreja” é um termo abrangente e sempre nos conduzirá a calorosas discussões por causa do barateamento dos seus significados em nossa era.
Ela é o Corpo de Cristo e constitui-se dos salvos em Cristo em todas as épocas (a Igreja Invisível), mas, também é composta pelos que, pela graça de Deus, por meio da fé em Cristo e o chamado do Espírito Santo, reúnem-se em laços de amor para compartilhar a vida nova (Igreja Visível). Nesta reunião visível há imperfeições, ajustes constantes, percalços e dificuldades. No entanto, apesar de todos os “mas”, ela permanece com funções terapêuticas para o tratamento de quem se achega a esta comunidade.
Logo, fora da pressão e opressão secular podemos experimentar a cura interior que se dá em três aspectos básicos:
O primeiro aspecto terapêutico da Igreja se encontra no fator da adoração (João 4.23,24). Essa comunidade é chamada para uma adoração “em espírito” e “em verdade”. Deus é espírito, isso significa dizer que não se pode ter nenhuma representação física d’Ele, e que não existe nenhuma limitação geográfica para Ele. Nenhuma religião é dona de Deus e a sua “Igreja” materializa-se quando dois ou três estiverem reunidos em seu Nome.  O conceito de “verdade” significa que essa adoração é real e exigida, não é uma fantasia ou mitologia; visível e palpável, por que não é algo subjetivo, a nova vida e perceptível em suas transformações e ações Mateus 5.16; não é uma ortodoxia morta, ou uma religiosidade meramente dogmática, escravizante e alienante. Verdade, porque não existe apenas no ambiente das quatro paredes do edifício-templo que comumente chamamos de igreja, mas acontece no nosso dia a dia, nos relacionamentos e na nossa forma de ser e viver o Cristo em nós como esperança da glória.
Quando adoramos em espírito e em verdade nos esvaziamos das nossas auto-suficiências e auto-afirmações e passamos a viver na dependência daqu’Ele que enche tudo em todos. E, então começa a cura interior.
O segundo aspecto terapêutico da Igreja se encontra no princípio inegociável e intransferível do perdão (Mateus 6.14,15). Essa comunidade é formada por pessoas renovadas em Cristo e que sorvem a medicação do Espírito em grandes doses de perdão. O perdão é tão essencial na vida do cristão que na oração do Pai Nosso é nele que Jesus concentra o seu “bis”. A falta desse instrumento em nossa vida cristã anula qualquer conquista espiritual que possamos ter. Porque o que o Senhor perdoa em nós é infinitamente maior do que aquilo que devemos perdoar nas pessoas. Porque o que devíamos para Deus é superlativamente maior do que aquilo que os outros nos devem. Além disso, o perdão nos liberta das raízes de amarguras e dos verdugos que o ódio e o ressentimento semeiam em nosso coração. Quando perdoamos ficamos cada vez mais parecidos com Cristo.
O terceiro aspecto terapêutico da Igreja está na capacidade de servir uns aos outros (Mateus 23.11; João 13.35). Essa comunidade difere de todas as outras existentes no mundo por que a sua verdadeira hierarquia não se conquista pela força ou malícia, mas, aquele que quer ser o maior deve ser o menor. O maior nesse reino é aquele que se dispõe a servir com amor o seu próximo. É através do serviço que ela torna visível o Deus invisível e impacta a sociedade com a sua determinação em fazer diferença na vida das pessoas, assim como o Mestre marcou aquela geração. Esse serviço é feito sem nenhum interresse, de modo que a mão esquerda não saiba o que a destra fez. Servir é a grande máxima do cristianismo que possibilita a sermos semelhantes ao Senhor que era o Reis dos reis, mas, não veio para ser servido e sim para servir, além de nortear desembaraçadamente a nossa vida.
Quem adentra nessa comunidade necessitando da cura interior, eu lhe digo: De fato irá encontrar se estiver disposto a adorar somente e unicamente ao Deus Tri-uno, a perdoar setenta vezes sete, não como um quantitativo matemático, mas, um qualitativo de vida, e, estar pronto para negar-se a si mesmo tomar a sua cruz do dia a dia e seguir o Mestre servindo ao próximo como a ti mesmo.

Em Cristo, O Cabeça da Igreja.      

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