sábado, 3 de março de 2012

Precisamos Saber



“Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade”
Tito 2.14

Algumas vezes no meio de uma explicação bíblica sou questionado por uma frase supostamente carregada de forte argumentação:
“Não ponha cabresto em palavras!”
Apesar de bela e intrigante, ela é tão somente angustiante e poética, não lhe cabe assertivas teológicas nem instigações filosóficas. Revela em si um ser sem chão de existência, que tenta nos resignificados construir realidades coniventes com as situações e vivências do tempo – idéia.
“Uma metamorfose teológica ambulante”
Trata-se, apenas, um malabarismo neoliberal, neo-ortodoxo de tentar fazer a compreensão de verdades inalteráveis, inquestionáveis e pétreas em condicionamentos históricos – críticos transformando a Palavra de Deus e o Deus da Palavra reféns das decodificações espaço – temporal que nossa limitada mente consegue captar em cada geração.
Esse é um conceito puramente poético. Válido para o vagar do poeta sonhador que deitado na verde relva de um campo florido, contempla a procissão das nuvens lhes dando formas e funções que só ele vê.
Para a nossa saúde teológica e de vida cristã, precisamos o rumo das palavras porque foi com as tais que Deus especialmente revelou-se. Há dificuldades enormes, por isso o caminho de uma contemporalização que não considera o cabresto da palavra nos lança no abismo do enganoso coração humano (Jr 17.9).
Que fazer?
Precisamos saber que a Palavra de Deus, a Bíblia é inspirada não por causa dos seus autores (escritores), mas por quem lhes deu a inspiração, e que isto a torna inerrante. Não impossibilitando que os copistas no decorrer dos séculos possam ter acrescentado algum vocábulo em equívoco, tendo em vista que a inspiração não foi mecânica, no entanto, seu conteúdo e essência codificados registram a norma divina sem falhas.
Precisamos saber que em cada fase histórica da Revelação Divina pela palavra, havia uma gramática a ser percorrida e pela qual a palavra foi inserida em seus signos e significados dos quais necessitamos aprender, para que assim, possamos equacioná-la em nossa gramática – histórica.
Precisamos saber que cultura e novos conceitos sociais não dasabonam os princípios estabelecidos pelo Senhor. Eles não foram construídos na forma do homem, mas no atributo de Deus, é por essa razão que mudamos sem mudar, por mais tecnologia e desenvolvimento que produzimos, nossa angústia de alma permanece a mesma dos primeiros tempos.
Precisamos saber que a própria Igreja Cristã errou no decorrer dos séculos quando não perseverou em instigar o povo em buscar o conhecimento, abrindo brechas para métodos interpretativos duvidosos e que geraram grande parte da confusão “evangélica” de hoje.
Precisamos saber que é por causa de não mais buscarmos os “cabrestos” das palavras que “igreja” virou um lugar, que louvor e adoração transformaram-se no momento musical de uma liturgia, que teologia e doutrina viraram assuntos acadêmicos e não prática de vida para o povo cristão, que a Bíblia passou a ser usada para fundamentar heresias e seitas abomináveis, que sacerdócio virou função para pastor, missionário ou obreiro e não roteiro existencial de cada um de nós.
Precisamos saber que apesar das “metamorfoses ambulantes”, a Bíblia nos ensina que o amor (considere o contexto), nunca será ódio, que perdão nunca será negligência a justiça, que Deus nunca será um ídolo, que perseverar na doutrina dos apóstolos nunca será fundamentalismo (no conceito pejorativo da palavra), que contextualização e contemporaneidade nunca serão relativismo, que os novos e desafiadores teólogos “emergentes” nunca substituirão o quebrantado de coração.
Precisamos saber que mesmo em face das novas fronteiras desafiadora do atual século, Ele (Jesus) é a Verdade, e o Caminho, e a Vida, e somente através d’Ele encontramos acesso ao PAI. (João 14.6).

Em Cristo, do qual precisamos sempre saber.                         

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