“Homens é que sois e não máquinas”
(Charles Chaplim)
Não pense mal!
Não sou defensor de um mundo
só com a força motriz dos braços humanos. Aprecio as maquinas e o quanto elas
podem ser usadas para o benefício da raça humana. Agora mesmo estou usando uma
extraordinária máquina criada pelo homem para escrever este pequeno texto.
Que bom!
Não é disso que estou
falando.
Estou falando do mundo do
trabalho como perspectiva de transformar o trabalhador – homem em um mecanismo
de mera produção, dentro de um sistema cruel, infame e esmagador que corroí,
manipula e maquiniza o homem.
Gosto de trabalhar e trabalho
bastante, mas não deixo de perceber a cultura neo-liberal que trouxe como
virtude maior do mercado a concorrência irracional e aniquilante do outro.
Adicionando a isto um consumismo sem paralelo que chega a criar mundos em nosso
pequeno mundo.
O mundo dourado dos que podem
consumir.
O mundo dos que consomem o
que pode.
O mundo dos que não consomem.
E assim, trabalhamos para
comprar o que não precisamos.
Trabalhos em empresas que não
nos dão sentido.
Trabalhamos por comida,
bebida...
Basta ver aqueles que se
aposentaram por tempo de trabalho para perceber o quanto o sistema “máquina”
humana os destruiu.
Mas,
“A
vida não é só comida / a vida não é só bebida / você tem fome de quê / você tem
sede de quê” (parafraseando:
Comida dos Titãs)
“Porque
o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no
Espírito Santo” (Citando
Saulo de Tarso – Romanos 14.17).
Não somos máquinas, somos
homens dotados de espiritualidade que precisamos exercer no trabalho, para que
possamos salvar o mercado de trabalho das potestades que dominou-o,
transformando-o num moedor de gente e destruidor até da alma como
instrumentalidade da razão de existir, emocionar e entusiasmar.
Possamos como cristãos, neste
Dia do Trabalho, saber que devemos viver transformando-o em campo para
manifestação do Cristo em nós, quebrando os paradigmas e os poderes degradantes
que tentam fazer dele uma lástima diária e possamos com a ajuda do Senhor
desenvolver o nosso trabalho como fomentador da dignidade humana.
N’Ele, que nos faz humanos e
filhos de Deus.